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Star Wars Episódio VII - Análise COM SPOILER
Willian Bongiolo Gomes

Star Wars é a saga mais amada da galáxia e não tem como negar, por toda sua história e óbvio venda de bonecos, lancheiras, jogos de vídeo-game e etc. Fez com que a marca (nome) Star Wars fosse conquistando uma legião de fãs com o passar dos anos. É bem verdade que esses mesmo fãs tiveram algumas decepções pelo caminho (Episódio I e II) onde tivemos, talvez, um dos piores alívios cômico da história do cinema (Jar Jar Binks), uma explicação simplória e horrível sobre a força (midi... Alguma coisa) e um Yoda feito totalmente em Computação que faria o Yoda dos clássicos chorar e nem vou entrar na conversa sobre as péssimas escolhas dos atores que fizeram o Anakin.


Dito isso não compreendi direito por que alguns fãs ficaram irritados com a venda da LucasFilm para a Disney, se não fosse essa venda talvez nunca mais teríamos tido uma continuação de Star Wars e ele não poderia estar em melhores mãos dessa empresa que é campeã em marketing e sabe muito bem como vender um filme (vide as bilheterias astronômicas que o filme está tendo nas primeiras semanas de exibição). O fato é que a Disney soube fazer o filme, ou melhor, J. J. Abrams junto com Michael e Lawrence.


O longa começa, mais ou menos, trinta anos depois da batalha de Endor quando os rebeldes destruíram a segunda estrela da morte derrubando o Império intergaláctico. Porém com a queda do império uma ordem surgiu para que o Império não desabasse por completo eis que surge: A Primeira Ordem. O mais interessante desse filme é que ele surge tanto como uma continuação direta do episódio VI, mas também como uma grande homenagem aos clássicos... Se o universo criado pelo George Lucas fazia referência a vários outros antes dele (como, exemplo, Flash Gordon) esse filmes faz referência do próprio universo criado pelo Star Wars fazendo algo que o Tarantino adora (Auto-Referência). Até em estrutura é parecido com os clássicos, muito mais com o episódio IV. Já que logo no começo vemos Poe Dameron colocando uma informação importante dentro do droide BB-8 para que o mesmo vá para bem longe, logo após andar pelo deserto e ser capturado por algum tipo de criatura é resgatado pela bela Rey (Daisy Ridley) e a mesma fica sabendo dessa questão.


J. J. trilha um caminho seguro que já sabe que dará certo, mas também desconstrói várias coisas, pequenas coisas talvez. Nos clássicos o Luke Skywalker tinha um tio e tia e vivia bem como fazendeiro (Não que ele quisesse, mas tinha amor, carinho e afago... Até que recebe o chamado de uma princesa), a nossa heroína agora é a Rey que perdida em Jakku sem família, amigos ou algo do tipo luta para sobreviver e ganhar sua migalha de comida em troca de ferro velho, ai já notamos a desconstrução do herói criado por George... Apesar de os dois receberem uma mensagem de um droide, lá com Luke vemos um jovem rapaz branco que tem todo amor do mundo, enquanto aqui vemos uma mulher batalhadora, sofrida que espera esperançosamente pela volta de sua família. Uma das cenas mais belas de toda a saga (não estou de brincadeira) sai toda dos olhos competentes do J. J. Quando vemos Rey esfregando um pedaço de metal com um esfregão e olha para frente vê uma senhora fazendo a mesma coisa, a câmera fica parada por alguns segundos até voltar a Rey e é nesse segundo de transição que notamos o sofrimento da personagem principal que não está apenas olhando uma senhora trabalhar está se olhando... Olhando para o seu futuro.


Seguindo o caminho com a Primeira Ordem e a resistência (antigos Rebeldes) tentando encontrar Luke Skywalker que depois de alguns eventos insólitos decide virar um eremita e está sumido há algum tempo, mas é notável perceber como a Primeira Ordem está muito mais decidida a achar Luke do que a Resistência, o mito do nome dele ecoa muito internamente como o cara que acabou com o Império e obviamente se o império quiser se reerguer terá que matá-lo, custe o que custar. Para isso enviam Kylo Ren para tentar pegar a informação que leva até o Luke. Kylo Ren é um personagem extremamente complexo, se você for assistir ao filme tendo na cabeça que ele é o novo Darth Vader, por favor, tire isso...

Kylo é muito mais complexo do que Darth (calma, explicarei), Darth Vader já tinha tomado completamente o lado negro para ele e era um vilão totalmente decidido de suas ações e objetivos (até claro sucumbir quando vê o seu filho), porém Kylo Ren é um vilão em desenvolvimento se com a máscara se torna uma pessoa imponente e maldosa quando a tira é uma pessoa frágil e extremamente debilitada com o conflito interno, vale ressaltar que todas as batalhas que Kylo perdeu durante a projeção são quando está sem a máscara reforçando a ideia de que para se sentir seguro e forte tem que usar algo que tire totalmente a verdadeira personalidade, podemos até fazer um contraponto com os haters da internet que só se sentem seguros pra falar besteira quando estão por trás de perfis fakes (obviamente aqui é muito mais complexo que isso).

Outra coisa interessante de se notar é que nos clássicos Darth Vader sempre era filmado com a câmera debaixo para mostrar toda sua importância em frente às outras pessoas exceto quando está com o Palpatine e aqui vemos Kylo Ren sempre filmado com a mesma câmera abaixo para dar a mesma sensação de imponência, mas quando está sem a máscara a câmera muda para o ângulo “normal” isso o torna uma persona realmente frágil quando algo de sua personalidade está a mostra para outras pessoas.

Porém o cara principal que controla a Primeira Ordem é o Hux que, algumas referências, o colocam quase como um Hitler ao comando de um exército que faz uma reverência (nada sutil) ao término de um discurso de ódio e rancor, e é uma gag engraçada que toda essa referência ao Nazismo e é justamente um negro que se rebela da ordem e quer fugir desesperadamente para bem longe dali. Finn (Boyega) é o nome dele, um Stormtropper renegado que por motivos de força maior acaba caindo justamente em Jakku quando encontra nossa heroína Rey e decide ajudá-la quando vê a mesma em perigo, o mais curioso é notar que a mesma consegue vencer antes mesmo do Finn chegar para ajudá-la o que mostra um amadurecimento da saga, e mais um pouco pra frente vemos o mesmo Finn pegando-a pela mão para ajudar a fugir e a mesma diz: “Sei correr sozinha”, porém o mais legal do Finn é que o mesmo é cheio de vida em cena, quando a câmera foca em seu personagem vemos alguém com um passado totalmente enevoado, mas que, apesar de demonstrar, não sente medo de aceitar mudanças e ser a própria mudança.


O que não podia faltar, é claro, são os personagens clássicos da trilogia e aqui eles estão com uma vivacidade de tirar o chapéu... Léia agora é uma general que comanda toda a base da resistência, Luke como já foi falado é um eremita e Han Solo junto com o seu co-piloto Chewie estão novamente na ativa como contrabandistas de cargas que pelo jeito sempre são perigosas e dá alguma treta no meio do caminho. Luke e Leia são deixados como personagens secundários, quem brilha nesse filme é Han Solo e é incrível ver como Harrison Ford mesmo vários anos depois do episódio VI ainda sabe como atuar com o personagem, vemos o mesmo cara canastrão, foda e galanteador, porém agora com mais experiência sobre como funciona as coisas naquele universo. Ganhando papel de mentor da Rey e Finn ele conduz a narrativa muito bem levando BB-8 para a base da resistência onde temos o encontro fatídico da Leia e do Han Solo que se separaram após o filho deles ter ido para o lado negro da força (Kylo Ren). Han Solo funciona muito bem como fio condutor da trama até o momento de brilhar e do filme ter proporções totalmente diferenciadas, sua morte é uma das mais icônicas da saga.


Quando Han Solo vai conversar com seu filho para tentar trazê-lo para luz ele sobe uma ponte e vai se aproximando do mesmo, por alguns segundos temos uma tomada de cima que mostra um imenso abismo que há abaixo o que é muito inteligente da parte do diretor, não só pela proporção gigantesca, mas também por mostrar que por mais perto que Han Solo chegue de seu filho ainda haverá um abismo entre eles. É muito bonito ver o diálogo dos dois, ver o filho tirando a máscara e que um feche de luz entra no ambiente iluminando só metade da cara do Kylo Ren, diferente das outras cenas em que o rosto dele aparece totalmente iluminado, aqui já dá um indício de que o mesmo está realmente tomando um lado e quando essa luz sai e a sombra toma totalmente o rosto dele vemos o golpe final, seu sabre de luz atravessa o Han Solo e de todos que estão assistindo... Finalmente Kylo Ren está do lado negro enquanto isso Han Solo desaparece caindo no abismo. Obrigado J. J.


É muito bom ver que o J. J. Junto da equipe de roteiristas pegarem muito bem o espírito da saga e a rejuvenescerem, se no episódio IV tudo estava nas mãos do Luke para que a estrela da morte fosse destruída aqui a destruição da base da Primeira Ordem depende de todos os envolvidos, o trabalho em equipe é determinante para a vitória já que tanto os caças como as pessoas infiltradas na base tem um trabalho extremamente importante para exercer e fazer com que aquilo funcione.

Mas claro que o clímax não podia ser somente a destruição da base, o que é de Star Wars sem luta de sabres? (He-he) Nesse filme temos uma combinação das lutas da trilogia I, II e II com a clássica, vemos os atores correndo pelo cenário, mas a luta remete aos clássicos que é totalmente bruta e sem muitas firulas, o sabre do Kylo tem um formato diferente dos habituais, até a luz que emana dele é diferenciada (não é estável e sai faíscas... Revelando novamente algo de sua personalidade).

Temos duas lutas na cena, a primeira Kylo Ren (ferido com um tiro que acabara de levar na barriga) enfrenta o Finn e depois a Rey. Os dois se saem muito bem com o sabre de luz mesmo sem nenhum treinamento e então você se pergunta (Puxa vida, protagonismo rolou solto e acabaram ganhando) não é bem assim, Rey é mulher sem família em uma sociedade machista e Finn é um negro em uma sociedade que também é racista... Os dois já nascem em uma luta constante contra todo tipo de preconceito de uma sociedade os dois saberem lutar nada mais é que uma representação do que as mulheres e os negros tem que fazer todos os dias para sobreviver ao branco opressor (ops, Kylo Ren), por isso eles sabem lutar pra se proteger.
E nem vou citar a base do sabre de luz do Kylo que remete a uma cruz, vai que causo polêmica falando de religião perseguindo minoria.

Por fim o filme realmente recria bastante coisa que aconteceu no episódio IV e faz referências ao V e VI, mas não é nem de longe cópia, é apenas uma grande homenagem aos clássicos recriando sentimentos e elementos diferentes com a mesma imagem e luz que faz com que qualquer fã saia com lágrimas nos olhos.

Obrigado J. J. Abrams

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