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Eu, por mim
Noemi Oliveira

20:25
Eu fico cheia de amor e me esqueço da minha dor.
Eu fico cheia de dor e esqueço que alguém um dia me amou.
alguém me ouve? Alguém me escuta? Põe prazer na vida porque ela tá pouca. Ela tá tola. Ela tá fosca.
Vive! Vive e só vive, menina!
Não rima, não dói.
Não precisa fazer sentido pra me fazer sentir.
E se sentir, ai de você que sentiu.
Sentir é bom, menina! Cala essa boca e sai dessa vida.

Escreve tudo que sente, mas não sente nada porque a alma mente.
Confunde.
Vários pensamentos antes que seu eu afunde.
Um rio, um náufrago, um barco lá no fundo, o fundo é você.
O fundo é a vida, é o tudo.
O tudo não vive. Vazio aquele nada que se esconde atrás da porta.

Já disse que não precisa fazer sentido pra sentir.
João! E se sentir. Sentiu.
Põe aqui todas as suas certezas, flor.
O lótus te aguarda naquele jardim. E as flores mais bonitas, aquelas são pra mim.
Guarda na essência quem você é de verdade. Mata a saudade da tristeza que vai e vem.

Meu bem, você não faz sentido algum.
Seja do jeito que é, complicada até o pé que se ama se destrói.
Até que fez algum sentido pra você.
Não esquece do que te faz sentir.
Olha pro céu e vê o sol, sente o vento na cara, beija-flor!
Se preciso for, afasta a tristeza, tira a poeira e se afunda no mar.
Molha o rosto com água benta.
Benze essa sua cabeça porque ela pensa.
Esquece as certezas e vive do que você não sabe! Hoje pode te surpreender.

Só não esquece, menina, que chorar lava a alma e faz viver.
Chora tudo. Sente tudo. Olha tudo. Menina, vive!
Sai desse mundo seu que não entra ninguém e vai andar de bicicleta.
Essas palavras não fazem sentido algum mas você também não faz.

Seu sentido é escrever.
Você não vive pra escrever, você escreve pra viver.
Porque viver é um montão de cinzas esperando a tinta jogar cor.
Que dor. Espera tudo passar, mas resolve o que tiver que resolver.


Este texto é administrado por: Noemi de Oliveira Ferreira
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