O tempo me nasce
Por onde me devora:
Pelas entranhas da carne.
Olho para trás
-não há retorno.
Olho para frente
-a desventura não desviará.
Em sua correnteza
Nado, debato-me e afogo-me
No meio de um soluço
Engasgado na glote.
Morto um corpo inchado
Entre as margens
No instante aborrecido
De ser presente,
É o que resta-me
Do existir parco.
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