Depois de um silêncio avergonhado, ele assumiu:
– O assunto morreu.
– Percebi – Disse ela, enfadada – Beijamos agora?
– Não! Claro que não! Precisamos fazer algo com o assunto!
– Ele já está morto, não tem o que fazer… Quer dizer, tem… Respiração boca à boca, entendeu?
– Não vai adiantar se está morto, precisamos sepultá-lo.
– Ai meu Deus… Ok… Como sepultaremos o assunto?
– Antes precisamos de um lugar para enterrá-lo!
– Um motel, quem sabe?
– Não, algum lugar com livros…
– Bem, motel temático, talvez? Deve ter algo assim pra casais “cults”.
– Não precisa tanto, tenho um aqui na mochila.,,, Vou pegá-lo, quer ver…
– Não, não quero! Pode parar com isso! Não está afim, já saquei, tudo bem.
– Afim de que?
– De me tocar, ser tocado… É virgem?
– Está sentindo?
– Sentindo o que?
– O assunto… ele está ressuscitando! Um milagre!
– Não acredito em milagres…
(Silêncio)
– Morreu de novo…
– Boa sorte com seu velório, eu vou embora!
– Espere! Assassina!
– Está louco?!
– Você pode ir, mas sua boca fica, ela também é responsável pela morte do assunto!
– E quem vai me denunciar? Sua boca? Ela também é culpada….
– Ora… Mas… Precisamos nos render!
– Renda-se você, eu vou fugir!
– Não deixo! – (beija-a)
– Nossa… Tentador, mas se ainda eu quiser fugir?
– Conto pro silêncio que boca é a sua, e ele vai te encontrar onde quer que esteja!
– Não vai não! – (beija-o) – Pronto, matei sua boca também.
– Ainda está meio viva…
– E ainda quero fugir…
Beijo. Beijo. Beijo. Beijo…
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