Cansei-me de filosofices, das fotos bonitas em revistas inúteis,
de visões do paraíso, de mortes, fumaças
e do universal bocejo dos políticos-cangurus.
Vou cuidar das minhas fomes com bombas de chocolates
e beijos que ressoam no céu da boca.
(quero suculências).
Vou lamber minhas feridas com todas as portas abertas.
Vou cantar na noite e espantar os morcegos sonolentos
do meu castelo de cartas.
Cansei-me do amor pela metade,
do amor diplomático,
do amor paz-e-amor.
Vou me perder de paixão, dentro de um tango
e me embebedar de absinto.
De amor, vou morrer todos os dias.
Quero a paixão,
a alma que se abre,
que toma, devora e recomeça.
Cansei-me de meios tons e penumbras.
Agora, tudo é vermelho e amarelo.
E preto e branco.
E vice-versa.
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