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Tudo aquilo que eu nunca imaginei, a pessoa que eu tinha certeza que eu amava, acabou me decepcionando. Assim, passei a levar uma vida diferente da qual um dia eu sonhei nada estava sendo igual, os pensamentos em harmonia eram periódicos. Transformei-me em um ser individualista, naquele momento o que importava era a recuperação de minha felicidade. Mas como fazer isso estando completamente para baixo? Passei a viver cada dia como se fosse o ultimo, passei a dar valor às pessoas que eu sabia que queriam o meu bem. Por esses motivos, acabei encontrando e conhecendo novas pessoas, porém, em outros aspectos, sendo esses de uma relação mais afetiva e um contato mais próximo, acabou sendo invalido, a pessoa que havia me acompanhado durante minha adolescência até minha fase adulta, não saia de minha mente. E mesmo decepcionado, eu sabia que ela fazia parte de minha rotina, do que eu era, ou seja, da minha vida, por isso, voltei a falar com ela, voltamos a nos encontrar, pois sabia que mesmo com as dificuldades, bem no fundo ainda existia um pouco de desejo, de paixão, de saudade, ou talvez... Um pouco de amor. Tudo era tão bom, às vezes a mágoa batia no peito, na mente e me machucava como uma lâmina cortando em pedaços o meu coração, porém, como havia dito, mas tudo era tão bom, tão maravilhoso, os encontros me faziam focar exatamente ali, naquele momento em que eu sentia a paixão. Mas meus pensamentos haviam mudado, parei de se dedicar a aquela pessoa, eu havia parado de me martirizar, montei um foco para minha vida, sendo esse um caminho para que futuramente eu não volte a sofrer.
Daí que se iniciou um grande desafio, continuei a conversar e a me relacionar socialmente com outras pessoas e durante esse período, acabei encontrando uma garota, por atitude minha, acabei desenvolvendo assuntos rotineiros, conhecendo e encaixando os fatores em comum. Nossa, por que logo naquele momento difícil esse desafio havia de aparecer? Eu estava me identificando com essa pessoa, a vida me colocou em um desafio onde eu deveria avaliar a situação e tomar uma decisão que poderia mudar toda a minha vida. Não sabia definir aquela situação, duas pessoas que mexiam muito com o meu sentimento, sendo uma delas, a pessoa que por tanto eu gostar, me fez sofrer e que no fundo, ainda sentia mágoa por ela, pois nada disso deveria estar acontecendo, nada daquilo seria necessário, pois não existiam brigas, não existiam indiferenças, as desavenças não se agravavam, mas por um ato de irracionalidade ou desespero, todos aqueles anos de dedicação foram desperdiçados. Já a outra, pode se dizer que era aquela que esperava ser conquistada, nossa, como é bom estar nessa fase, saber que um alguém espera por você, espera seu “bom dia”, esperava ser impressionada e tentar saber se aquela pessoa valia mesmo a pena. O tempo foi passando, a cabeça confusa e os momentos me fazendo sofrer, eu não possuía características de um cafajeste. Receber um duplo “bom dia meu anjo”, em certo dia me doeu à alma. Seria tão satisfatório saber que duas pessoas estavam desenvolvendo um certo sentimento bom por mim? Seria satisfatório aproveitar desse momento e viver com essas duas pessoas? Ou seria satisfatório me dedicar a ambas e em certo momento chegar naquela pessoa que um dia não pensou em mim e em nada que eu fiz por ela, e dizer que estava amando outro alguém? Não! Nada daquilo estava sendo bom. Doía, era algo que eu não queria passar estando na pele de ambas, mas daí surge a questão: O que eu deveria fazer?
Mais um dia se passou, era quarta feira, nesse semestre, nos dias de quarta eu não possuía aula da faculdade e durante aquele mês eu passei a se encontrar com ela. Uma forma de lembrar do passado, de lembrar o quanto fomos felizes um dia, esquecendo que um dia fui desprezado e focando em aproveitar o momento com ela. Mas ali, naquele dia, 28/10, eu não me sentia mais ali, estava bastante preocupado. Parecia que o que um dia havia acontecido com ela, passou a acontecer comigo... O meu pensamento estava distante, levava aquele momento com se fosse um risco, não me sentia bem em estar ali e sabendo que outra pessoa pensava em mim durante o dia... Mas pensava ser de outra forma, com ela, acabou sendo uma ilusão, acabou trocando o certo pelo duvidoso e estava estampado nos momentos e nas ocasiões que aquilo não daria em nada, só a prejudicaria e tiraria dela aquilo que poderia ser verdadeiro. Nesse momento eu percebi que não era mais amor, que o amor havia transbordado junto com as lagrimas da decepção. Porém, não foi assim, eu ficava a todo o momento pensando, como ela conseguiu? Um espirito machista me fazia essa pergunta: Ela sendo mulher, conseguia... Você sendo homem, dói o coração, quem é você? Esse mundo não é para você! Enquanto isso sabia que a outra criava expectativas sobre nós. Ela estava lá, esperando ser conquistada, entendendo serem duas pessoas desimpedidas e pronta para iniciar uma nova vida a dois. Não existia compromisso entre nós, mas em minha mente eu sabia que não estava certo... Sabia que mesmo não tendo um acordo entre nós, aquilo acabava sendo uma situação, na qual eu não gostaria de estar presente.
Há como eu queria voltar no tempo e fazer tudo diferente, as preocupações eram mínimas, nada relacionadas ao coração. Um engano! Quando entendemos que está tudo bem e que a confiança está alta, deve-se observar, pode saber que algo errado tem! E assim foi, da noite para o dia tudo mudou e como se adaptar a nova vida, a novas experiências e cicatrizar aquela ferida? Por um tempo a dor tomava conta do meu ser, o dia era terrível de se passar e a noite um mar de amargura, de lágrimas. Tudo fazia lembrar a dor, portanto, passei a pedir ajuda e essa ajuda veio de alguém que eu acreditava ser muito importante em minha vida, ela veio de um ser divino: Jesus Cristo! Sim, todos os dias eu pedia ajuda á ele para se livrar daquela dor, daqueles pensamentos terríveis que me faziam sofrer e me acabar aos poucos, sendo tudo aquilo prejudicial a mim e a outras pessoas relacionadas à situação. E assim foi! Sentia sua presença como nunca, a cada missa, a cada reza, eu sentia a dor se dispersando. E assim os meses se passaram, a dor foi aprisionada com correntes de titânio e calada com uma mordaça, porém, ela ainda possuía reações, mesmo presa, às vezes ela conseguia escapar com a ajuda de algo, ou alguém, talvez seja aquele que gostaria de me ver para baixo, sofrendo e no chão. Mas não, essa dor não me aprisionaria mais... Fato que me motivou a olhar para frente e a colocar Deus sobre todas as coisas e antes de pensar em fazer alguém feliz, pensar em me fazer feliz! E assim estava sendo. Tanto que acabou sendo de uma forma elevada, o meu individualismo estava ativo, porém, não me satisfazia, pois eu nunca havia tomado tais atos em minha vida. Ser aquela pessoa era muito complicado para mim.
O amor ainda fazia parte de meus propósitos, dos meus planos, dos meus motivos de seguir em frente. Por um momento fui enganado pela indefinição do amor, mas mesmo assim, ainda possuía esperanças.
Magoar alguém nunca fez parte de meus planos, despertar o sentimento de alguém e não poder corresponder nunca fez parte de meus planos. E agora meu Deus, quão forte eu deveria ser para poder decidir, por que permitisse que eu tivesse esse poder? Não me sinto digno de tal ato! Não sou capaz de escolher... Não sou capaz de fazer alguém sofrer, por mesmo que um dia tenha me feito.
Ela foi por muito tempo “a tampa de minha panela”, e durante esse me fez sentir isso, mas por um ato falho, acabou me provando o contrário. Já a outra, “a panela de minha tampa”. E ainda estou aqui aprisionado nessa incógnita conhecida pelo nome de Amor.
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