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O Corvo. - Terceira Parte.
ronei de jesus

Terceira Parte.

O dia for normal, mas eu estava um lixo. A cabeça girava, os sentidos fraquejavam. Parecia que eu havia saído de um pesadelo que insistia em invadir meus pensamentos.
Em fim cheguei em casa. Parecia que um ciclone havia passado por ali. Mas agora eu só queria dormir um pouco,a bagunça podia esperar. Assim que deitei, o telefone tocou. Era a Deby,uma amiga íntima, mais íntima do que qualquer pessoa que eu conhecia. "Sua voz está péssima", disse ela," o que houve?""Dia e noite difíceis ",disse eu. " Eu estava pensando em dar uma passada aí hoje... ",disse ela." "Eu adoro a sua companhia, Deby,mas hoje eu seria uma péssima pra qualquer pessoa. Mas se você puder passar aqui amanhã seria legal." Está bem. Até amanhã então. Boa Noite! "
Mal desliguei o telefone e caí em sono profundo. Esse, no entanto, fora atrapalhado por gritos que me despertaram e por um instante me congelaram. De início parecia,e eu queria assim acreditar,que fosse um sonho. Mas logo vi que estava enganado. Levantei temeroso e lentamente fui até à sala,onde vi o que meus olhos tanto desejavam não ver; o corvo estava de volta. E como na noite passada vagava como um condenado pela sala.
Tomando coragem, apanhei um pedaço de maneira e pus-me a golpear o ar atrás da criatura. No meu estado de fúria, acertei tudo,menos o alvo, e no final das contas restaram-me apenas janelas quebradas e os cacos da última lâmpada que ainda iluminava a sala. E para completar, uma rajada de vento tão forte quanto a última, chegou pelas janelas. No mesmo instante senti toda a casa mergulhar em trevas, à medida que todas as lâmpadas estalavam e se quebravam no ar. Estava na mais completa escuridão, com um vento gélido a me invadir as entranhas e uma ave descontrola sobre a minha cabeça.
Meus gritos eram sussurros levados pelo vento. Contudo, com o que vi logo em seguida, fiquei mudo imediatamente. O corvo, num vôo rasante sobre uma das paredes, começou a fazer movimentos circulares, e no centro deles algo como manchas de sangue se avermelharam e intensificaram. Vi se formar entre elas três números disformes, todos assomando como um "6" pingando filetes de sangue negro.
Aquilo foi a gota dágua para mim. Eu nao era uma pessoa muito religiosa, mas sabia o que aqueles números significavam. Sabia que Deus existia, e que forças obscuras se postavam contra ele.
Ao olhar aquela visão sobrenatural de terror, sai tateando no escuro e cheguei à porta. Assim que ia atravessá-la,tropecei nalguma coisa e caí com a cabeça contra o chão. A única coisa que ouvi antes de apagar foi um crocitar tão intenso que fez meus ouvidos doerem. Depois só escuridão.
Acordei na manhã seguinte com os gritos da Deby ecoando em meus ouvidos. Sentia a cabeça doer; sangue seco grudava meus cabelos. E depois de incessantes "vc está bem" ou "o que houve",a Deby ajudou-me a levantar. Recostei-me numa poltrona revirada, e enquanto ela fora atrás de alguma coisa pra tratar do ferimento, eu imediatamente percorri a parede com os olhos reassombrados,esperando ver o sangue e tudo mais. Mas ela estava vazia, totalmente branca e vazia. O maldito corvo também desaparecera-ou assim parecia no momento.
Depois de ter quase toda a cabeça enfachada e convencer a Deby de que eu estava bem o suficiente pra ficar em pé, fui obrigado a responder um interrogatório cansativo.
Não obstante, não mensionei os motivos-ou o motivo -reais para eu e a casa estarmos naquela situação. Eu sabia muito bem o que tinha visto, e que não fora um sonho. Mas ela nunca entenderia, e poderia pensar que eu estivesse maluco. E assim pensou, mesmo depois de eu lhe contar sobre o vento-o único fato real da história que eu revelara-e colocar o resto da culpa na energia, mencionando curti-circuitos e apagões absurdos.
Ficara óbvio que eu escondia mais do que falara, mas depois de ver que nada mais sairia da minha boca, a Deby aquietou-se. Passamos o dia arrumando a casa e trocando lâmpadas. E no final da tarde tudo que estava revirado mas se mantinha intacto, fora posto no lugar.


Biografia:

Este texto é administrado por: turin turambar.
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