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Na Trafalgar Square
olho cada rosto de homem e de cada mulher,
eles não diferentes de tanta gente
que anda pela Paulista,
nem dos que vão pela pista
buscando a própria satisfação,
são índios de outras tribos,
com promessas quase cumpridas,
só não são como nós,
que vivemos construindo a vida,
aos gritos, perdendo a voz...
No Central Park
descansam os que querem descansar,
não levam cargas nos ombros,
nem estão dispensados de trabalhar,
são homens e mulheres que regem seus eixos,
apontam para o futuro seus queixos,
não usam máscaras contra gás,
não se arrependem de suas atitudes,
nem são mansos como os daqui,
que em sua mansa quietude
pensam que o futuro está lá atrás,
de nós a fugir...
Numa esquina de qualquer rua de New York
qualquer um entra em choque por se lembrar
que eles tem navios e nós o mar,
que eles invadem o que querem
e nós estamos a esperar,
que ergueram a Estátua da Liberdade
que pulsa de forma constante,
que aqui erguemos estátuas a traficantes,
que eles mal sabem que existimos,
aqui estamos, avós, pai, mãe, filhos, agregados,
amigos, inimigos, amantes, irmãos, primos,
apontando para o céu esperando
a carruagem da salvação,
aqui estamos nós,
amorosos patriotas de chapéu na mão...
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