O homem vale
o ticket em seu bolso,
as fichas para o jogo
de ganhar e perder,
o homem vale
o que não pode ter...
Vale o homem
o vale que seu patrão afiança,
dentro de si a escondida criança
que lambe os beiços diante do chocolate
já não vale para trazer à tona
o sangue que todo dia deixa na lona...
Desvale o homem
sem poder mensurar seu valor,
sem considerar a questão da cor,
quotas e benefícios,
do nada valer indício,
vale o homem o salto do seu precipício...
Resvale o homem
na potência da palavra que diz,
na poesia que lhe chega perfumada ao nariz,
que o seu valor está no teor
da música em seu colorido cérebro,
no epicentro do seu amor,
que desmintam-me, eterno...
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