Eu acordo, olho para o lado, ele ainda está no seu sono pesado, mas sorri como se do nada adivinhasse que ficará melhor no meu retrato mental sorrindo. Levanto-me da cama, ir até a cozinha e deixa ele assim jogado na cama meio copo cheio meio vazio, meio nu meio coberto é quase dizer não a aquele chocolate suíço que ele me trouxe na noite anterior sob pretexto que comeríamos juntos. Só eu comi. Ele preferiu comer outra coisa que eu apreciei ver na boa dele.
Um café, um pedaço de pizza do resto de ontem e matamos nossa fome, depois é claro, de ter saciado outras fomes mais urgentes.
Sentar ali e ver sua barba por fazer, cabelo desgrenhado e sorriso infantil, faz querer desenhá-lo. A caneta e papel na cabeceira serão minhas cúmplices. Vê-lo andar no meu apartamento usando cueca box é delírio dos meus olhos e adjetivos no papel. Chega perto, me olha e como quem sabe ler pensamentos pede que eu o descreva sexy e incrivelmente viril.
Voltar a meu trabalhoso texto com seu cheiro de perfume masculino misturado com cheiro da noite devassa é mais difícil que pensei.
Vou adiar o fim por um momento, ou por uma tarde ou por um dia inteiro. Amanhã eu termino ou recomeço, sei lá, minhas mãos vão ficar muito ocupadas e um relato precisa de fatos para que torne verídico...
Então para de ler isso com tanto interesse e me traz logo o chocolate suíço que vamos comer hoje.
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