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Içamos velas
Por vezes obrigados
Noutras
Por escolhas
E os ventos
Que ora nos impulsionam
Ora nos retardam
São nossos aliados
É a calmaria
Esse domínio do nada
É a ela que devemos temer
“Navegar é preciso”
Dizia Pessoa,
Deixar o porto
Lançar-se
Trocar o igual
Pelo desconhecido
Aposta no escuro
Com todas as fichas
Com todas as naus
Recomeçar-se a si próprio
Deixar o porto
O cais
Barco eternamente amarrado
Ao sabor das ondas
Das marés
Imune aos vagalhões
As tempestades
Aos abismos e sereias
As emoções
Deixar o porto
Segurança
Âncoras
Tédios...
Dizia Pessoa,
Mais do que viver
Navegar é preciso...
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