RETRATOS DE TEMPOS SOZINHOS |
rogerio farias |
E ninguém ouviu meu grito
Nem pegou na minha mão
E me guardou entre os braços
Com a cabeça apertada ao peito
E ninguém viu escorrer a lágrima
Nem ouviu o soluçar do choro
Porque não havia ninguém...
E a mão gelada na minha testa
Do vento que corre aí fora
E as vezes vem aqui numa visita rápida
Não havia ninguém
Mesmo escondido em armários
Como em tempos atrás
Em brincadeiras de esconde-esconde
E o grito continua
Talvez mais forte
Talvez mais fundo
E ninguém me guardou contra o peito
Como antes
Restou a mão estendida
Não sei se está escuro lá fora
Deve haver flor nos canteiros
Mas há aquilo
Que chamamos solidão...
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Biografia: Perto dos 50 anos, escrever é quase sinônimo de pensar ou de sentir... |
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