Desejamos tanta coisa
E no entanto,
Por tão pouco
Até que podemos ser felizes.
Desejo então,
Nunca esquecer
De quando criança
Dos valores ensinados
Na inocência gravados
E que no coração
Se fizeram raízes.
Desejo nunca
Deixar de desejar
Ser homem e petiz
No brincar,
Ser alma que nunca parte
De um Ser que em paixão arde
Ser sonho até tudo acabar
Desejo por aqueles
Que não têm força para desejar,
Comer na mesa e nem vida,
Nem esperança, nem afectos
Nem nada por que valha a pena sonhar.
Desejo que os homens o sejam,
Humanos nas acções,
E que os pensamentos
Que assim o desejam
Mostrem ao Mundo a razão
Para que servem os corações
Desejo não ver o que triste vejo
E sem ver que não o sinta também
Deitados na rua os sem-abrigo
Os que não têm um amigo
Os sem amor,
Os sem ninguém.
Desejo por fim
Que o tempo me dê a razão
Que não olhando só para mim
Conseguirei ser tantos e até ao fim
Ainda me sobrar tanto coração.
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