Li teus poemas
Um após outro
Cortantes esses teus poemas
Contundentes
Ferem a carne da alma
Abrem talhos profundos
Belos e trabalhados cortes
E, por vezes,
Ardem teus poemas
São sal e pimenta
Adicionados nesses cortes
Teus poemas abrem o peito e dizem:
Quero entrar!
Não pedem licença...
São intensos os teus poemas
Verdades
Sentimentos
Avalanche descendo a montanha
Sem pedir licença
Ou perdão
Arrastando tudo
O leitor e, certamente,
Também o poeta...
Devem doer esses nascimentos
Como crianças que
Uma vez geradas,
Tem de ser paridas de qualquer modo
Apesar da dor
Ou de qualquer coisa no mundo
Teus poemas de suspiros profundos
De incertezas e ácidos...
Parecem trezentos os anos de tuas vivências
Os anos que carregas
Teus dezenove anos
Tão pequenos...
Neles deveria caber tão pouco
Não poderia haver tamanha densidade
Concentração de massa
Antes do big bang
Antes de cada big bang
Criação do universo
A partir do nada
Teus poemas, Carolline,
Somam ao mundo sentimentos e belezas
Lindos poemas
Que umedecem os olhos
E que
Com nossas próprias lágrimas
Regam o coração
Sei que não escreves para nós
Escreves apenas
Então, como agradecer por compartilhá-los?
Por não escondê-los?
Como?
Não sei...
Mas...
Obrigado,
Carolline...
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