Alcançareis um dia grande distância deste solo
E então sabereis de onde vem tamanha luz
Essa fúlgida de quando o pai aninha no colo
O filho cego, que o braço firme conduz.
A vós pouparei das perfídias mundanas
E por séculos hei de levar comigo o idílio
Escrito quando atentei em vossa membrana
Acolchoada e tão viva, em espectral exílio.
Anjos sem visão, qual inveja desenho
De mirar vossas pupilas e encontrar
O profundo sublime que não tenho
Agora que passo noites a lembrar
A magia de sob vossas lágrimas crer
Em olhos que choram sem fenecer.
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