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Rio, eu te amo? E os paulistanos?
Paulo Azze

Estive vendo nos jornais televisivos nos horários nobres, o estardalhaço a respeito do filme “Rio eu te amo”. Acho mesmo que é coisa dos cariocas, com aquele endeusamento todo. De uma coisa tenho certeza, não vou ver, nem na internet. A Fernanda tomando banho de cachoeira dispenso, coloca logo a neta do Rui, muito melhor esteticamente, mas não digam ao Comendador daquela novela ...
        Pode ser tudo para eles que são os tais cariocas da gema, alardeando-se aos quatro ventos, é melhor ter cuidado com os ovos chocos e as ventanias. Não sei qual o problema com toda essa exaltada veneração. Este negócio de cidade maravilhosa cheia de encantos mil; não sei se continua linda não. Onde esta a lindeza da música do Gil: alô alô UPPs da Rocinha, aquele balaço, que eu passo. Tome bala perdida no céu e no réveillon os náufragos do Bateau Mocheu naufragado, naquela profusão de fogos. Haja velas para Iemanjá, os fieis carecem, as velas fenecem, os fabricantes agradecem e os bombeiros padecem. E a coitada da garota de Ipanema já tá prá lá de Bagdá, que nem o Vinícius no whisky, agora achando que a beleza não é fundamental ...
        Participei pela SABESP de um curso de Relés de Proteção da GE no Hilton Hotel em São Paulo, e tive que dividir o espaço com um carioca. O tal reclamava direto de São Paulo, com todas aquelas indiretas, até que não tendo nada com isto, o mineiro aqui lhe disse a que veio então. Pois que ficasse por lá e me deixasse participar do curso sossegado e não é que sossegou o bico. A única coisa boa foi quando tentava acender um cigarro, me olhava como se fosse um criminoso do Irajá e não é que funcionou, depois daquilo, acabei parando de fumar.
        Tá certo que os paulistas também são uns bairristas de carteirinha, aliás paulistas não, paulistanos que tem certa diferença de nascença. A eles não tem lugar nenhum melhor que a sua “city”. Mostrar-lhes uma cidade diferente é uma chateação com aquela comparação toda. Afinal, ninguém tá contestando, nem comparando, apenas mostrando outras plagas, basta apreciar e aproveitar do passeio enquanto tá por lá.
        Parece até japonês preocupado mais em fotografar tudo, para só aproveitar na volta confortavelmente no sofá de casa, talvez nem assim, tentando explicar aos amigos quão belo ficou o álbum fotográfico virtual, enaltecendo as qualidades da câmera ao invés do local visitado.
        Tal qual o carioca, agora nos tempos que trabalhava na GE, um paulistano janota de colarinho, vivia me atazanando com aquela conversa do uso de cipó em Minas. O coitado não sabia que estava mais do que escolado, sempre vivendo em pensionato, república e pensão. Assim, cortei o mal pela raiz entrando de bico de chuteira na conversa, explicando-lhe como funcionava a Via Cipó, o vale cipó, os melhores horários, como aproveitar melhor o passeio e ele nunca mais me aborreceu. Vai um conselho de nome de filme: use fogo contra fogo.
        Falando em GE, os cariocas que se acautelem e não me venham com firulas pelo aqui exposto, pois sou testemunha viva do comportamento deles. A única unidade da GE na época que não entrava nos eixos era o PIR (Parque Industrial Rio) e se me apertarem, cito o nome do culpado com todas as letras e adianto, começa com “C”. Ás cinco da tarde já não tinha ninguém lá, adivinhem onde ...
        Aliás, o paulista não gosta mesmo que mexam com seus brios, no tempo que ainda existia aquela excelente revista, a saudosa Visão, numa das suas colunas de humor, constava uma a este respeito. Dizia lá que, no tempo do governador paranaense Ney Braga, este começou um programa de obras intenso por todo o estado, com rodovias, etc... Para se vangloriar dos feitos e de olho nos votos, colocaram-se, como hoje, outdoors imensos. Um deles justamente na Regis Bittencourt na divisa com o estado de São Paulo, com a frase:”Paraná, aqui se trabalha”. Os paulistas, feridos nos seus brios e não intimidados, colocaram de seu lado, nas mesmas dimensões: “Aqui, trabalho não é novidade”.
        Já os mineiros se defendem como podem dos cariocas com a sua velha sabedoria. Veja a piada “O Minerim e o Carioca” encontrada no site Saco Mucho postada por Lucio Lucena:

        O ônibus que seguia em direção ao Rio de Janeiro, para numa cidadezinha do interior de Minas.OMineirim sobe com três leitõezinhos no colo.
        Ao perceber a cena, um carioca (como de costume), quis logo tirar um sarro com a cara do pobre:
        - E aí mineiro, levando os porquinhos para passear?
        - É sô, os bichins nunca viram o mar, uai!...
        - Estes bichinhos tem nome?
        - Teeeem sô! Este aqui chama, 'Suavó', aquele lá é, 'Suatia ' ....
        Puto da vida, o carioca interrompe o mineiro:
        - Deixa que eu adivinho o nome deste último. É 'Suamãe' ???!.
        - Não sô, esse é 'Seupai'. 'Suamãe', eu comi onti.

        Os paulistanos que não fiquem tirando sarro dos cariocas, a piada poderia se aplicar a eles também, quem sabe o minerim estivesse indo participar daquelas feiras no Parque da Água Funda, onde os citadinos podem enfim conhecer os animais campesinos, a ele servidos nos restaurantes da Bela Vista.
        Enfim, vamos deixar de lado os bairrismos e cantar juntos a música: “Eu te amo meu Brasil” que é bem melhor. Talvez um filme, mas que não seja aquele “Deus é brasileiro” que é sofrível. Mas vou logo avisando, sobre o exposto, não aceito comentários deselegantes de paulistas e cariocas, só elogio de mineiros serão bem vindos. Se a carapuça serve...
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Leia este e os outros textos em: http://pauloazze.blogspot.com.br


Biografia:
Somente um mineiro da engenharia aposentado, despendendo algum tempo tentando escrever alguma coisa, mesmo sem um estilo definido e muito menos qualquer pretensão. proseio@outlook.com
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