Conclusão
A brisa que levou o sonho meu,
Foi culpa desta vida sem ventura,
Que tudo me tomou com tal usura,
Deixando-me vazia, amarga, incréu.
Levou da aurora a seiva no apogeu,
Mascou cada pedaço de candura,
E fez nascer o joio na tristura,
Fazendo-me viver em negro breu.
Razões não tenho mais para seguir!
As velas embotadas já no fim,
Esgarçam quando a brisa lhes sussurra.
Aguardo a hora augusta de partir,
E libertar-me desta teia, enfim,
No excelso lar da minha sepultura.
Edith Lobato – 19/08/14
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