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O amendoim - Parte 3
Celso Valois

E o casal ficou ali por vários minutos em prosa admirando a filha, enquanto Petrônio sorria e Helena vislumbrava aquele pouco momento que via o marido tão contente e alegre.
Petrônio era muito fechado, carrancudo, reclamava de tudo, mas diante da filha era outro homem. Parecia carinhoso e sorridente, coisa que Helena poucas vezes conseguiu perceber no seu companheiro em mais de quinze anos de convivência.

- A prosa tá boa, mas preciso ir. – Falou Petrônio em voz mansa e bocejando.
- Se você for pro rumo da cidade, passa na casa de cumade Sinha, pra ela vir benzer nossa filha.
- Olhe que eu não vou pra lá não. Mas se for pra isso, eu até que posso ir. Hoje a noite o Dr. Baldez vem aqui, tratar daquele assunto das terras do seu pai.
- O pai morreu e nunca conseguiu resolver isso. Tu vai mexer nesse vespeiro de novo?
- Ora se vou, dessa vez a Manu vai se ver comigo. – Dito isso, olhou pra filha mais uma vez, que agora dormia ao lado da mãe e saiu do quarto fechando a porta bem devagar.

Manu era a irmã mais velha de Helena, herdeira da metade das terras do pai e mais uns dois alqueires, que Petrônio buscava na justiça retomar para si.
O pai de Helena nunca foi com a cara do genro, mas foi honesto em dividir a terra entre as duas irmãs. No entanto, Manu, a irmã egoísta, moça velha, nunca se convenceu da irmã mais nova ter encontrado seu príncipe encantado e ela ter permanecido na secura.

Petrônio tinha esperança que, após cinco intervenções judiciais, dessa vez ele teria mais chances, visto alegar que com a filha recém nascida, seria motivo para o advogado, Dr Baldez, ter argumento suficiente para aumentar as chances de rever a posse do pedaço de chão.

Petrônio abriu a porta da cozinha e se dirigiu para o local do banho. Uma lavanderia no fundo do quintal, feita de barro, porta baixa e telhado de palha.
Ao adentrar na lavanderia, se deparou com Judite toda molhada, lavando as roupas e panos que tinham sido usados no parto do dia anterior.
Judite era uma moça prendada, com seus dezoito anos, mulata, cabelos longos mas o tempo todo com um pano na cabeça. Morava ali a pelo menos cinco anos, mais precisamente desde os treze anos de idade, quando fugiu de casa após ter sido estuprada pelo seu avô, quando moravam num pequeno casebre no meio do mato.
Judite não tinha tido muita sorte na vida. A mãe morreu após seu nascimento e seu pai foi morto numa emboscada, quanto ela tinha apenas quatro anos e desde então morava com seu avô, em condições desumanas, que após fugir do seu cárcere se deparou com Helena, que a levou para casa e por lá foi ficando, aprendendo os dotes culinários da patroa.

Mas nem toda sorte vem de graça. Menina moça, já adulta, bunda à brasileira, era cobiçada por alguns homens daquele povoado e principalmente pelo assédio do seu patrão.

- Ora quem eu encontro aqui – Falou Petrônio com voz e expressão de safadeza.
- Seu Petrônio, vou já já tirar esta roupa do sabão e...

Antes que Judite concluísse a frase, o patrão já estava sem roupa, com seu membro ereto e apontando para aquele traseiro provocador.
A mocinha não teve opção. Permaneceu calada, tensa e só restava se entregar para aquele momento, desprovido de amor ou qualquer outro sentimento de carinho, que não fosse apenas o desejo da carne, vindo de um homem que para ele bastava descarregar seu sêmen enquanto a esposa estivesse impossibilitada.

Petrônio então a abraçou por traz, como tivera feito tantas outras vezes e começou a levantar sua saia e fungar no seu cangote.
Ela levantou a cabeça e tirou o pano, soltando o cabelo liso e longo, que Petrônio só via naquelas horas.
Com as mão, Petrônio foi levantando sua saia, juntamente com sua anágua.
Sua calçola de pano, folgada, não tirava a beleza das suas ancas, bem definidas, com cintura fina e coxas torneadas.

Era visível a sensação de prazer que Petrônio fazia, o que não se podia dizer o mesmo daquela pura e inocente vítima, pois ali se consumava mais um estupro, pela não cumplicidade da amada. O sentimento de Judite poderia ser mais de submissão, favor ou agradecimento, pela moradia e os pratos de comida ao longo de todos estes anos. Ela já havia experimentado o inferno e algo pior de que aquele homem que a possuía. Por tudo isso, o êxtase da submissão se fazia prevalecer naquela relação selvagem e egoísta.
Raras vezes ambos tiveram relação frontal. O coito selvagem, típico dos animais, era característica em todas as ocorrências.
Agora Petrônio já estava dentro dela, num vai e vem frenético, com direito a sussurros, ele a penetrava com violência.
Ela debruçada sobre as vestes no sabão, só gemia, indefesa, achava que sua obrigação era servir o patrão naqueles momentos de dor e desconforto, com talvez um pouco de prazer.
Apesar de não ser a primeira vez, ela nunca se acostumara com aqueles vinte e três centímetros de proeminência.
Os movimentos eram cada vez mais rápidos. Judite se apoiava na mesa com as mãos e seus seios balançavam, a proporção que Petrônio a penetrava por traz. Agora quase toda ensaboada na barriga, Judite sentia que o coito estava chegando ao fim. Diferentemente de qualquer cena de amor, ela não reclamava, nem sorria, só lágrimas corriam em seu rosto e pingavam sobre o lençol do parto, ainda sujo de sangue da sua patroa.
Pronto, até que fim o ato foi consumado, com um jato forte e quente de esperma que invadira suas entranhas.
Quase que apoiado sobre o corpo pequeno de Judite, Petrônio apenas retirou o membro de dentro dela e pediu para que a moça se retirasse, não restando sequer tempo para o asseio, cabendo a ela apenas levantar a calçola, e enxugar as coxas com a beira da saia, voltando em seguida para os afazeres domésticos.

Ficava ali a consumação de mais uma violência, aceitada por uma sociedade complacente, de mulheres submissas aos seus senhores, como costumes da época.

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