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  Texto selecionado
Cordel ao Educador Paulo Freire
José Maria da Silva Mourão

Resumo:
Destaca dados bibliográficos e ideias do educador, na perspectiva da atual conjuntura social e política mundial.

CORDEL A PAULO FREIRE



No ano de 21
Da nossa era atual
Nasceu o educador
Paulo Freire genial
Herói da nossa nação
Brasileiro magistral.

No ano de 29
Sofreu a população
Freire aos 8 anos
Passou fome no sertão
Essa forte experiência
lhe deu grande inspiração.

No ao 43   
Entrou para a faculdade
Cursou direito, mas foi
Ser professor na cidade
Capital pernambucana
Com grande habilidade.

Sendo intelectual
Não visava fama e cobres
Não quis servir à elite
A classe orgulhosa, os nobres
Foi para a periferia
Para educar os pobres.

A classe mais oprimida
Vítima da opressão
Que trabalha, sua e cansa.
Mas vive na exclusão
Sendo explorada e ferida
Pelas garras do patrão.

Gente forte rejeitada
Por quem controla o poder
Não tem casa, terra e pão
É grande seu padecer
Quando fraco cai doente
Não demora pra morrer.

Pois o opressor arranca
Do pobre a consciência
E este fica anulado
Porque perde sua essência
Vira massa de manobra
Vítima da prepotência.
.
Por isso em 63
Paulo Freire iniciou
No Rio Grande do Norte
O método que se tornou
O melhor já conhecido
Como alfabetizador.

Em 45 dias
Sua equipe inovou
300 trabalhadores
Ela alfabetizou
O Brasil ficou feliz
E o mundo se alegrou.

No ano 64
Foi preso e acusado
De ser um subversivo
O Brasil ficou chocado
Após 72 dias
Foi para o Chile exilado.

E no ano de oitenta
Ao Brasil retornou
Sua ação libertadora
Em seguida retomou
Na UNICAMP e na PUC
Ele então lecionou.

No ano de 89
Enfrentou outra missão
Na cidade de São Paulo
Com muita disposição:
Tornou-se o secretário
Do órgão educação.

Foi doutor honoris causa
Em várias localidades
Ao todo em 27
Grandes universidades
Maio de 97
Partiu deixando saudades.

Seu método eficiente
Tem um grande resultado
Pois o pessoal adulto
Logo é alfabetizado,
Se torna mais consciente
Cidadão politizado.

A palavra geradora
Na aula é levantada
Escrita e bem legível
E em sílabas separada
Depois vem a discussão
De forma participada.

Saber o significado
Que cada palavra tem
No contexto social
E econômico também
Vendo o sentido político
E todos aprendem bem.

Os alunos se interessam
Porque ali tem verdade
Não estudam coisa alheia
Mas a sua realidade
Problemas vivenciados
Na própria comunidade.

Veem ali a esperança
De sua libertação   
Da injustiça social
Pobreza e dominação
Daí nasce sua força,
A grande motivação.

O mundo está padecendo   
De cruel exploração
Rico cada vez mais rico
E o pobre em aflição
Na penúria e na pobreza
Amargando em exclusão.

O empobrecido sofre   
Porque um dia roubaram
A sua dignidade
E lhe marginalizaram
Os opressores malvados
Os seus direitos negaram.

E os mais alienados   
Acham que tudo está bem
Que é normal ser dominado
Que nenhum direito têm
Que o rico e opressor
Não é algoz de alguém.

Mas quando o pobre desperta
Para a conscientização
Percebe que é oprimido
Reage à dominação
E se une aos companheiros
Na mesma situação.

E passa a resgatar   
A sua dignidade
Assume sua consciência
E a sua identidade
Luta pelos seus direitos
Unida à comunidade.

A comunidade exige   
Do Estado a garantia
De justiça e igualdade
Educação, moradia,
Saúde e segurança
Lazer e cidadania.

Se um dia a educação    
For de boa qualidade
Rico fica mais humano
Diminui a vaidade
O pobre acorda do sono
E sai da passividade.

A educação liberta
Oprimido e opressor
As correntes da opressão
se quebram, pois, a favor
Da classe empobrecida
Do povo trabalhador.

O rico também não tendo   
A quem mais ele explorar
Não haverá mais-valia,
Lucro para concentrar
Tornar-se-á um igual
Sem orgulho pra mostrar.

Isso é uma utopia   
Uma possibilidade
Não é um sonho impossível
Certa ingenuidade
Nalguns países do mundo
Isso já é realidade.

Ambição e preconceito
É falta de educação
Quem quer ser mais importante
Não tem humanização
Acha que têm mais direitos
Faz errada sua lição.

A educação liberta
Torna o mundo humanizado
Reúne todos na roda
Sem ter grupo separado
Sem opressor e oprimido
Dominante e dominado.

Sem morro e sem favela
Sem alagado ou baixada
Sem bairro nobre que exibe
A torre satanizada
Que exclui, fere e humilha
Deixando a terra arruinada.

A violência no mundo
É fruto da exclusão
Da desigualdade insana
Que humilha o cidadão
Do orgulho e prepotência
Que causa segregação.

Tem muita gente oprimida,
Excluída e humilhada
São bilhões com baixa renda
Com a vida aperreada
Mendigando as migalhas
Da elite endinheirada.

É preciso lutar contra
Injustiça e opressão
Todo mundo ter acesso
Às riquezas da nação
Acabando a violência
Da cruel concentração.

Queremos mundo melhor
Com justiça social
Vem pela educação
A transformação real
Dessa ordem desumana
Que hoje sustenta o mal.

Na nova sociedade
Não terá mais marginais
A pirâmide cairá
Não haverá maiorais
Só um povo se ajudando
Numa roda de iguais.

E isso virá somente
Pela boa educação
Que desperta o ser humano
Para uma nova visão
Que enterre os fatais enganos
Da atual concepção.

Mudança de paradigma
Nova luz e novo olhar
Nova consciência humana
Nova história pra contar
E o final dessa tragédia
Que faz o mundo chorar.

Respeito às diferenças
Sem fomento para a guerra
O fim da intolerância
Que concentra bens na terra;
Mãos dadas a construir
Novo céu e nova terra.

Mesmo sangue, mesmo espírito
A mesma felicidade
Mesma carne, mesmo pó
Uma só humanidade
Sem classes, sem apartheid
Que fere sociedade.

Sem garagens cheias carros
Sem ninguém para guiar
E muitos andando a pé
Pra poder ir trabalhar
Enfrentando ônibus lotado
A ponto de desmaiar.

Uns morando em cobertura
Que custa mais de um milhão
Outros morando em barracos
Em péssima situação
Quando vem a enxurrada
Derruba tudo no chão.

A grande desigualdade
Econômica e social
Que hoje existe no mundo
É uma arma letal
Que arruina a sociedade
Na destruição global.

Gente dominante gente
Um manda e outro obedece
Isso é fonte de guerra
Assim o mundo padece
Com a falta de sentido
Que essa ordem estabelece.

Mas a base da pirâmide
Está se movimentando
Com melhor educação
O povo vai despertando
Essa estrutura perversa
Há tempo está balançando.

Está podre e cambaleia
Envelhecida e doente
Mas o pobre alienado
E o rico prepotente
Insistem em defender
Esse gigante insolente.

O mundo está preparando
Uma horrível guerra
Por causa da arrogância
Do atraso que há na terra
Da intolerância humana
É assim que o mundo erra.

Israel e Palestina
Ucrânia, Rússia e Irã
Iraque e a Guerra fria
Vivem uma coisa vã
Disputas do atraso insano
Que complicam o amanhã.

Essa guerra absurda
É fruto da ignorância
De quem se sente maior
Em poder e importância
E quer destruir o outro
Por orgulho e ganância.





Biografia:
Educador, Formado em teologia e pedagogia,com Licenciatura Plena em Filosofia e Pós-Graduação em Gestão Educacional pela Universidade Católica de Brasília-UCB, escritor, cordelista e xilogravurista.
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