Ela sempre foi uma garota prosaica. O trivial nunca foi banal, sempre tido como prosaico. Não sei se tinha algo a ver com o signo, se é que acreditava nisso, de qualquer maneira, gostava de estrelas. Era segunda-feira, o dia que queria que passasse rápido mas dessa vez sentiu: tanto faz! E a causa não é tristeza, pelo contrário, extensão de prazer. Anestesiada pela delícia dos pequenos prazeres que sempre lhe fizeram tão bem! A velha sensação de encaixe que volta feliz e na sua forma cabal. Imagina como seria se não tivesse o que tivesse então? No pensamento vinha o tédio e a chatisse das questões diárias em dias de antigamente. Outro contexto, outros problemas, mas ainda assim, tedioso, superficial. Mas quando conheceu uma boa companhia a máxima era: amor em dobro, tempo à metade e adiciona agora: problemas leves! Quão chato seria se a rotina diária não tivesse a ligação na hora do almoço, a conversa rápida mas que indica que se importa, que existe, que está ali e não se esqueceu. Mas quão chato seria tantos pequenos problemas e pequenas frustrações comuns à vida se não tivessem a companhia que faz rir, bem assim, clichê, de praxe, piegas! Tão tedioso ter dias sem a quem dividir, sem a quem compartilhar ou sem a quem desgostar de tudo. Escolheram amar e assim, no espasmo de ideia, atribuiu que era apenas questão de alteridade... entre eles "o eu não existe sem o outro".
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