A voz que se cala,
parece que me fala
para ir embora daqui,
fugir para sempre,
para tão longe
que nunca mais alguém
possa sequer ouvir
falar em mim.
Deixar morrer essa mulher
que nasceu ontem,
ainda tão jovem
e sem ter conseguido
sequer experimentar
o que a vida pudesse
ter para lhe oferecer.
Deixar naufragar
os sonhos de sol e de lua,
juntos em um só firmamento,
mesmo distantes,
mas com o coração
e o espírito entrelaçados
para sempre no espaço
que rege a vida
entre o céu e a terra.
Deixar morrer
os sentimentos mais nobres,
mais ternos e mais intensos
que nasceram
dentro do coração
de menina-mulher.
Não há mais porque viver.
Se ao entregar amor,
entrego solidão,
não há mais razão
para existir.
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