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DESRESPEITANDO OS MACACOS
DIRCEU DETROZ

De repente, fomos beliscados e caímos na real. Os humanos ainda não se veem como uma raça única. Aos olhos dos “seres superiores”, somos um amontoado de tribos diferentes, e de diversas cores espalhadas pelo planeta.

Esta visão, vez ou outra, resulta em discussões acaloradas sobre o racismo. Que desaparecem dos noticiários com a mesma velocidade que surgiram. No Brasil, o racismo é um crime. O estranho é que nossos livros de História, no capítulo da escravidão, não falam de crime ou racismo. Não se envergonham. Nem pedem perdão.

Ultimamente é moda associar pessoas da cor negra aos macacos. Ou usar o simbolismo do seu alimento preferido. As bananas. O DNA das duas espécies provou que somos apenas 2% diferentes.

É provável que eles não possuam os genes da hipocrisia que os humanos exibem com glamour no dia a dia. Nossas hipocrisias se fartam nas comparações. E cometemos um grande erro quando associamos o racismo apenas com a cor da pele. O racismo se alimenta do “diferente”. Basta você estar fora do padrão.

Com a História documentada dos últimos cinco mil anos, é fato que não temos motivos para comemorar. Como uma raça que se intitulou de “superior”, chegamos até aqui da pior maneira possível. Sem compreender o significado de Humanidade.

Tenho uma certeza. A luz da razão, os macacos se sentiriam envergonhados quando fossem comparados com qualquer humano. Não atirariam bananas em nossas cabeças. Não somos merecedores de tamanho desperdício de alimento.

Os macacos não fazem guerras. Nãos abandonam os filhotes recém-nascidos em sacos de lixos ou caixas de sapatos. Não matam os filhotes adolescentes, jogados pelas janelas dos edifícios. Ou para receber alguma herança.

Os macacos não atiram na cabeça de ninguém depois de um assalto. Não dirigem embriagados e matam no trânsito. Não estupram suas fêmeas. Não são governados por corruptos. Não são eles que estão destruindo seu habitat.

Praticando o crime do racismo, centralizado nos macacos, estamos cometendo um grande desrespeito com a raça deles. Um tipo de racismo ao inverso. E como “raça superior”, deveríamos nos envergonhar de agir dessa maneira. Olhar o próprio rabo.

Quando a essência humana permite de limpezas étnicas a genocídios. Permite nossas imbecilidades motivadas pela cor da pele, religião, poder ou em nome de um Deus, eu me sentiria feliz se me comparassem com os macacos. Porque a luz da razão seria impossível que fossemos aceitos entre eles. E condenados à extinção.


Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
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