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Brasil
“Um país se faz com homens e...”
A. Zarfeg

Durante anos a fio eu tive fome de humanidade, de sorte que imaginar meu país repleto e transbordando de homens me fazia bem. Conhecem a expressão “um bem danado”? Pois então.

Não estou me referindo a qualquer país, mas o meu país continental transbordando de homens, de preferência bons, empenhando-se uns pelos outros, reciprocamente, mano a mano, que beleza!

E imaginar esses homens com ideias – ideias boas e inovadoras, de preferência – era tudo de bom. Era maravilha.

De sorte que o país se tornava, magicamente, uma nação de verdade.

De modo que o país, cheio de brava gente, virava, historicamente, uma nação acima de qualquer suspeita, autêntica, com a cara e a alma do seu povo.

De sorte que, quando crescesse, eu queria ser homem para fazer parte da humanidade. Nada mais que isso. Era a fome de humanidade...

Afinal de contas, “um país se faz com homens e...”

Antropofagia estranha, aquela! Mesmo que não passasse de uma metáfora sem maiores consequências...

Mas, ao mesmo tempo, era uma postura cheia de compromissos e, por que não, de responsabilidades. Era como dizer “Dilma, winter is coming”.

Era muito mais que dizer “Dilma, winter is coming”...

Porque, em seguida, eu me preparava para a estação fria, em vez de, simplesmente, me atirar a ela, sem mais ou menos, de corpo e alma, e tiritar de frio, e morrer de frialdade.

Nada de cruzar os braços. Pelo contrário, a previsão do inverno, a certeza de que ele viria, me obrigava a tomar algumas precauções, me prevenir (que é melhor que remediar!), de sorte que uma simples postura se transformava numa atitude. A mudança do passivo pro proativo é, sempre, fantástica. Mágica. Comportamental. Mental e corporal. Enfim, radical.

“Um país se faz com homens e...”

Como assim? Não bastava a fome de humanidade? Não chegava a metáfora? Me encher de amor pelo semelhante, ainda que, em seguida, fosse me decepcionar amargamente? Amar/gamente!

Afinal, tudo vale a pena se a alma não é pequena. Pessoa. Aprendi isso depois. Bem depois. É sempre mais seguro e conveniente começar pela pessoa. Pessoa. O resto é consequência, não prêmio. Jus ou paga.

Era chegada a hora, pois, de substituir aquela antropofagia por outra mais eficiente. Em vez de prece, leitura. Em vez de fome de homens, fome de livros.

Ou, antes, as duas fomes juntas. Coladas. Misturadas.

Porque, como bem dissera alguém, um país se faz com homens e... livros!

Livros, de preferência, nas ruas, praças e avenidas ProTestando!


Biografia:
Poeta, jornalista y otras cositas más.
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