"No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos!” (Isaías 6:1-5)
Oh! olhemos de relance ao que Isaías viu, e descreveu! Oh! que nós, pelo poder da fé, pudéssemos contemplar a glória do Senhor enchendo esta casa; que pudéssemos perceber a presença e a atitude de Seus anjos lhe servindo e adorando! Eles cobrem seus rostos e seus pés com as suas asas, como que dominados pelos raios de Sua Majestade; e conscientemente, e não de corrupção como nós, e da nossa incapacidade inevitável como criaturas, para prestar-Lhe toda aquele louvor e honra que são justamente devidos a Ele!
Oh! que, pela fé, possamos entrar no espírito de sua declaração: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, toda a terra está cheia da Sua glória!" Se todos nós fôssemos assim afetados, como o profeta foi, certamente cada um de per si iria adotar a linguagem do profeta. Ou, se por uma esperança de conforto do Evangelho nos impedisse de clamar, "Ai de mim, porque estou perdido!" devemos, pelo menos, dizer, (a palavra hebraica pode ser traduzida assim) "Estou silenciado, estou mudo! Estou impressionado com a confusão e vergonha; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de lábios impuros, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor Todo-Poderoso."
Se nós tivéssemos algum grau dessa impressão, não iríamos ficar perplexos com causas secundárias, ou com os instrumentos imediatos de nossas calamidades. O mal do pecado, em contraste com a santidade e glória de Deus, iria ocupar nossos pensamentos! E iríamos atribuir todos os problemas ou temores que nós temos - aos nossos próprios pecados, e aos pecados daqueles entre os quais vivemos.
Texto de John Newton, traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
|