Longos passos, novos ideais, de roupa e conceitos novos. Tudo mudara enfim, era uma nova pessoa o passado não mais o angustiava, agora era um ser da cidade grande com armadura de concreto e aço, seu coração estava iluminado como os faróis dos carros numa madrugada agitada. Não temia, mas a vida, pelo contrário buscava desafiá-la, certo que não possuía nada, mas quem disse que se precisa para fazer tal ato. O mundo era muito pouco, a vida muito curta para seus novos projetos, ao passar pelos velhos amigos inertes era como um homem além do tempo, enquanto eles ainda se perdiam nas cavernas. Desfeitos todos os mitos e lendas, foi mudando, não se sabe por qual razão Deixara à mulher, o emprego, a vida... E lá estava ele novamente no marco inicial, era tanta filosofia, conceitos, regras e dogmas que certa manhã saíra do hospital de loucos. Agora era um homem comum e segundo os médicos, totalmente curado, sem história de cidade grande, concreto, coração iluminado, mulher ou trabalho. Era agora Apolodoro furgas um ex-louco, que sem destino saiu pelas ruas poeirentas e cheias de gente apressada e indiferente. Tornou-se o mais novo pedinte da rua da esperança, hoje sem expectativas totalmente esquecido, vive catando lixo e cheirando cola e aos poucos vai sentindo o peso da modernidade na alma e na vida.
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