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Professor: O desvalorizado
Marcelo Beneti

Resumo:
O artigo traz em questão, perguntas que levam a reflexão sobre a profissão de educador, tão desvalorizada no país.

Professor: o desvalorizado
Autor: Marcelo Beneti
Muitas vezes me pergunto:
1)     Por que os professores ganham tão mal?
2)     Por que professores do estado de São Paulo e algumas prefeituras não recebem um vale refeição digno?
3)     Por que professores recebem menos do que cargos que exigem somente ensino médio?
4)     Por que o professor não é respeitado em sala de aula?
5)     Por que o professor é tão desvalorizado?
Tenho as seguintes respostas para mim mesmo, que também podem servir para aqueles que questionam o mesmo:
1)     Porque o professorado é desunido, é uma classe trabalhadora sem força política, força essa que têm de sobra, só que não sabe como usá-la. O professor não luta por seu direito, parece que tem medo, se é que não têm, me pergunto, novamente, por quê? Os professores do estado são concursados, o das prefeituras também, e ainda assim tem medo, do quê? Basta observarmos os bancários, os motoristas de ônibus, os metalúrgicos, entre outros, todos brigam por seus direitos. Concordo que a classe tem um grande respeito por seu público alvo, quero dizer, os alunos e os pais dos mesmos. Não quero dizer que os mesmos devam ser desrespeitados mas, novamente observe, será que os motoristas de ônibus ao entrarem em greve estão preocupados com milhares de passageiros sem transporte coletivo? Os metalúrgicos ao reivindicarem seus direitos estão preocupados com os clientes da empresa que estão esperando pelo produto acabado? Os bancários estão preocupados com os clientes do banco? A resposta é não, antes devemos pensar em nossos direitos mesmo porque o profissional que trabalha de forma desmotivada não produzirá de forma que satisfaça seu cliente. Assim os professores deveriam ter consciência do quanto ganham mal, lembrando que todo profissional, seja ele médico, engenheiro, economista e todos os outros, antes de tudo, passam pelas mãos de um professor, este tão mal remunerado.

2)     Para a segunda pergunta, seria porque o professor não precisa comer, não necessita de proteínas e nutrientes para o seu dia a dia. Claro que estou brincando, mas também, da mesma forma como respondi a primeira pergunta, digo que o maior culpado é o professor, que se sujeita a esse tratamento. É uma vergonha um professor do Estado de São Paulo receber apenas R$ 8,00 por dia, inclusive outras secretarias do Estado recebem o mesmo valor! Desculpe-me, mas o Estado de São Paulo pode pagar muito mais do que isso, mas paga isso porque aceitamos, simples assim.


3)     Outra questão totalmente incoerente refere-se às profissões de ensino médio que tem uma remuneração muito melhor. Até pouco tempo atrás, um Oficial de Justiça de São Paulo, cuja exigência era o ensino médio, tinha um salário muito maior do que o professor. Será que a profissão de professor é realmente um sacerdócio? Acredito que não, mesmo porque ano após ano é evidente a falta de professores nas escolas. Quem gostaria de ser professor sob condições como essas? Mesmo professores de escolas particulares muitas vezes são humilhados por alunos, pais de alunos, coordenadores e diretores. Acredito que não vale a pena! A verdade é que muitos professores estão migrando para outras profissões por este motivo, injustiça, sim injustiça, não existe outra palavra.

4)     Durante anos, pedagogos de gabinete vieram com ideias como a “pedagogia do amor”, construtivismo, “pedagogia do oprimido” (o maior oprimido é o professor), Surgiram leis como LDB 9394/96 e ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) que tiraram toda autoridade do professor em sala de aula. Muitas vezes, se um professor não que aprovar um aluno, o diretor vai lá e aprova o mesmo. Cadê a autoridade do professor? Veja que isso acontece no ensino público e em escolas particulares que não primam pela qualidade de ensino. Podem ter certeza que o filho do vereador, deputado, prefeito, governador, empresários de grande poder econômico, são formados em escolas de ensino puramente tradicional, pois são estes que irão comandar, os outros serão massa de mão de obra. Para o governo não é interessante formar uma população que questione, pense, reflita, pois se fossem formados cidadãos pensantes, o governo não poderia cobrar tantos impostos, taxas e outras coisas mais. Uma população pensante jamais se permitiria a isso. Privilegiados são os professores que trabalham em escolas de cunho tradicional que, apesar de também serem tão cobrados, ao menos tem um salário digno.

5)     A última pergunta seria respondida da seguinte maneira: pela falta de luta de nós professores, por sermos tão resignados, desunidos. É necessário coragem, união para revertermos essa situação. Por isso parafraseando Karl Marx:

Professores, uni-vos!



Sobre o autor:
Marcelo Beneti, 42 anos, professor de escolas públicas, leciona as disciplinas de Administração e Matemática.


Biografia:
Marcelo Beneti, 42 anos, professor, Mestrando em Formação de Gestores Educacionais, bacharel em Administração de empresas, com licenciatura em Matemática, Geografia e Pedagogia, especialista em Metodologia do Ensino e Aprendizagem em Matemática e Docência do Ensino Superior, especialista em Supervisão e Inspeção Escolar, funcionário público concursado da Prefeitura de São Caetano do Sul e do Governo do Estado de São Paulo (Secretaria do Desenvolvimento - Centro Paula Souza)atua como professor dessas instituições nas áreas de Matemática - ensino médio e Administração e Logística - ensino técnico.
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