Nada no bolso e abstrações,
Nas mãos um fosso fosco - solidões -.
Pudores na alma e descalços meus passos:
Tudo me atrai e me vem escasso.
De dia sou nada, de noite não sei mais
E choro tantas guerras fingindo paz.
Acreditar me pesa, descrer me cansa,
Morrer me dá tédio. Viver sem esperança
Dói tanto que dói de repente...
(Sonhos nublados, superego doente).
Mente, coração: colapso!
Já tão-só me vejo em lapsos.
Me acalmo. E nada se acalma.
Enlouqueço e dores a pele espalma,
Mas o sopro sempre sofre; absorvem-nas
Dias rasgados nas minhas páginas.
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