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Os Usos da Lei
Por Charles Haddon Spurgeon

Traduzido, reduzido e adaptado pelo Pr Silvio Dutra


Antes de fazermos a apresentação deste sermão de Spurgeon, no qual ele discorre sobre o texto de Gál 3.19, que trata do assunto relativo à utilidade da lei de Deus, gostaríamos de fazer o seguinte comentário: Devemos lembrar o tempo todo, durante a audição deste sermão, que Spurgeon ao falar da Lei, no mesmo, referia-se apenas ao uso da lei para a nossa conversão, ou seja, para nos tornarmos filhos de Deus, para sermos justificados pela fé por meio da graça de Cristo, para nos tornarmos novas criaturas em Cristo Jesus, para sermos justificados, regenerados, ou seja, nascermos de novo do Espírito Santo, para recebermos um novo coração que nos é dado por Deus. Evidentemente, nada disso pode ser feito pela lei. Agora, uma vez sido transformados em filhos de Deus pela graça de Cristo, devemos observar, amar e honrar a lei moral, e os mandamentos de Cristo a bem da nossa santificação, a qual é também por graça e mediante a fé, mas que demanda tal obediência á vontade de Deus, se o amamos de fato, e isto é feito em parte pela devida observância dos seus mandamentos. Sabendo nós, entretanto, que estando convertidos a Cristo, eventuais transgressões destes mandamentos, enquanto nos entristecemos por isto e as confessamos a Deus, não podem mais ser levadas em conta para a nossa condenação pela lei, por causa de estarmos debaixo da graça de Cristo.      
Lembremos também que Deus corrige os seus filhos, mesmo com duras correções, sempre que for necessário, com vistas a discipliná-los para serem participantes da Sua santidade.
Então, feitas estas breves considerações, passemos ao sermão de Spurgeon:

Qual, pois, a razão de ser da lei?"-Gálatas 3:19.   
O apóstolo, por um argumento bastante engenhoso e poderoso, tinha provado que a lei nunca foi destinada por Deus para a justificação e a salvação do homem. Ele declara que Deus fez uma aliança de graça com Abraão muito antes de a lei ter sido dada no Monte Sinai; que Abraão não estava presente no Monte Sinai, e que, portanto, não poderia ter havido nenhuma alteração do pacto feito anteriormente com ele sem o seu consentimento; que, além disso, o consentimento de Abraão nunca foi questionado quanto a qualquer alteração do pacto, sem o qual a aliança não poderia ter sido legalmente mudada, e, além disso, que a aliança permanece firme, visto que foi feita com a descendência de Abraão, bem como com o próprio Abraão. "Gal 3.17,18: E digo isto: uma aliança já anteriormente confirmada por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a pode ab-rogar, de forma que venha a desfazer a promessa. Porque, se a herança provém de lei, já não decorre de promessa; mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão.". Portanto, nenhuma herança e nem a salvação nunca podem ser obtidas pela lei. Agora, os extremos são o erro da ignorância. Geralmente, quando os homens acreditam numa verdade, eles podem ser levados ao ponto de negarem uma outra, e, muito freqüentemente, a afirmação de uma verdade cardeal leva os homens a generalizarem em outras indicações, e assim falseiam a verdade. A objeção supostamente pode ser formulada assim: "Você diz: Oh Paulo, certamente que a lei não pode justificar, portanto, a lei não é boa para nada. “Qual, pois, a razão de ser da lei?" Se ela não salva um homem, o que há pois de bom nela? Se de si mesma nunca levará um homem para o céu, por que foi escrita? Não é uma coisa inútil? " O apóstolo poderia ter respondido ao seu adversário com um sorriso, ele teria dito a ele: "Oh, tolo, e tardos de coração para entender. É comprovado que uma coisa é totalmente inútil, porque não se destina para todos os fins da mundo? Você vai dizer que, porque o ferro não pode ser comido, portanto, o ferro não é útil? E porque o ouro não pode ser o alimento do homem, você vai, por isso, lançar o ouro fora, e chamá-lo de escória inútil? No entanto, em sua suposição tola você deve fazê-lo. Pois, porque eu disse que a lei não pode salvar, você tem tolamente me perguntado qual é então a utilidade dela? E você tolamente supõe que a lei de Deus não é boa para nada, e que não tem nenhum valor. " Esta objeção é, geralmente, apresentada por dois tipos de pessoas. Primeiro, por meros contradizentes que não gostam do evangelho, e gostam de utilizar qualquer tipo de brecha aparente que nele encontram para apoiarem seus falsos argumentos. Eles podem nos dizer no que eles não acreditam, mas eles não nos dizem no que eles crêem. Eles lutam com as doutrinas com todos seus sentimentos, mas estariam perdidos se fossem convidados a sentar e a escrever suas próprias opiniões. Então, por outro lado, há o antinomiano, que diz: "Sim, eu sei que sou salvo pela graça", e então quebra a lei dizendo, que não é necessária para ele, mesmo como regra de vida; e pergunta: " Qual, pois, a razão de ser da lei?". Ele a joga fora de sua porta como um velho pedaço de mobília que serve apenas para o fogo, porque, em verdade, não é útil para salvar sua alma. É verdade que a lei não pode salvar, e ainda é igualmente verdade que a lei é uma das maiores obras de Deus, e é merecedora de toda a reverência, e é extremamente útil quando aplicada por Deus para os fins para que foi concebida, especialmente neste mundo em que entrou o pecado. E então, até que tudo se cumpra, a lei continuará sendo muito útil para os propósitos determinados por Deus. No entanto, perdoem-me meus amigos, se eu também afirmar que esta é uma pergunta muito natural. Se você ler a doutrina do apóstolo Paulo você o encontrará declarando que a lei condena toda a humanidade. Agora, deixe-nos por um momento ter uma visão de olho de águia das obras da lei neste mundo. Eis que eu vejo, a lei dada no Monte Sinai. O terremoto faz o monte tremer. Relâmpagos e trovões são os atendentes das sílabas terríveis que fazem o coração de Israel derreter. O Sinai está envolvido   completamente com a fumaça. O Senhor veio de Parã, o Santo ao monte Sinai: "Ele veio com dez milhares dos seus anjos". De sua boca saía uma lei de fogo para eles. Era uma lei terrível mesmo quando ela foi dada, e desde então tem descido do Monte Sinai uma terrível lava de vingança, para destruir, para queimar, e para consumir toda a raça humana, caso Jesus Cristo não tivesse parado sua torrente horrível, e apagado as suas ondas de fogo.
Se você pudesse ver o mundo sem Cristo nele, simplesmente sob a lei, você veria um mundo em ruínas, um mundo em trevas selado para a condenação, você veria os homens, que, se conhecessem a sua real condição, teriam colocado suas mãos sobre seus olhos e gemeriam todos os seus dias, você veria homens e mulheres condenados, perdidos e arruinados, e nas regiões mais remotas você veria a cova, que está cavada para os ímpios, na qual a terra inteira deveria ter sido lançada, se a lei tivesse o seu caminho, separado do evangelho de Jesus Cristo, nosso Redentor.
Ah, amados, a lei é um grande dilúvio que teria afogado o mundo de modo muito pior do que as águas do dilúvio de Noé. A lei é um grande incêndio que teria queimado a terra com uma destruição pior do que a que caiu sobre Sodoma. Ela é uma anjo alado severo com uma espada, sedenta de sangue, e para matar, é um grande destruidor varrendo as nações, é o grande mensageiro da vingança de Deus enviado ao mundo. Separadamente do evangelho de Jesus Cristo, a lei nada mais é do que a voz de Deus trovejando e condenando a humanidade. "Qual pois razão de ser da lei?" parece uma pergunta muito natural. Pode a lei ter qualquer benefício para o homem?
Pode este Juiz que coloca uma capa preta e que condena a todos nós; este Senhor Chefe da Lei de Justiça, pode ajudar na salvação? Sim, ele o fez, e você verá como a lei faz isso, se Deus nos ajudar na nossa pregação.

Os Usos da Lei
Spurgeon - reduzido e adaptado
Parte 2

" Qual, pois, a razão de ser da lei?"-Gálatas 3:19.
I. O primeiro uso da lei é para manifestar ao homem a sua culpa. Quando Deus pretende salvar um homem, a primeira coisa que faz com ele é lhe enviar a lei, para lhe mostrar quão culpado, quão vil, e quão arruinado está, e em quão perigosa posição. Você vê este homem deitado à beira do precipício, ele está dormindo, e bem à beira do penhasco perigoso.
Um único movimento, e ele irá rolar e ser quebrado em pedaços nas pedras irregulares abaixo, e nunca mais será ouvido dele. Como ele poderá ser salvo? O que deve ser feito por ele? Esta é a nossa posição, nós, também, estamos à beira da ruína, mas nós somos insensíveis a ela.
Quando Deus começa a nos salvar de tal perigo iminente, manda sua lei, que, com um chute forte, nos desperta, e nos faz abrir os olhos, e olhamos para baixo e vemos o nosso terrível perigo, e descobrimos as nossas misérias, e então é que ficamos numa posição certa para clamar pela salvação, e a nossa salvação vem a nós.
A lei age com o homem como o médico faz quando ele tira o tampão do olho do cego. Os homens que se auto-justificam são cegos, embora eles se achem bons e excelentes. A lei lança fora o tampão e os deixa descobrirem quão vis eles são, e quão totalmente arruinados e condenados se ficarem debaixo da sentença da lei. Assim, em vez de tratar este assunto de modo doutrinário, eu vou tratá-lo de forma prática, para atingir cada uma de suas consciências. Meu ouvinte, não tem a lei de Deus lhe convencido enquanto me ouve? Sob a mão do Espírito de Deus isto não o faz sentir que você tem sido culpado, e que merece ser perdido, por ter incorrido na ira de Deus?
Olhem aqui, vocês não têm quebrado esses dez mandamentos? Quem há entre vós, que tem sempre honrado seu pai e sua mãe? Quem há entre nós, que tem sempre falado a verdade? Não temos, por vezes, dado falso testemunho contra nosso próximo? Existe uma pessoa aqui que não fez para si um outro Deus, e amava a si mesmo, ou o seu negócio, ou seus amigos, mais do que ele tem amado Jeová, o Deus de toda a terra? Qual de vocês não tem cobiçado a casa do seu próximo, nem o seu servo, ou o seu boi, nem seu jumento?

Todos nós somos culpados em relação a cada letra da lei, todos transgredimos os mandamentos. E se nós realmente entendemos estes mandamentos, e sentimos que eles nos condenam, eles teriam essa influência útil sobre nós de nos mostrar o nosso perigo, e assim de nos conduzir a correr para Cristo. Mas, meus ouvintes, esta lei não lhes condena porque, mesmo que vocês dissessem que nunca quebraram a letra da lei, mas porque vocês violaram o espírito da lei.
Que, apesar de você nunca ter matado, ainda nos é dito, que aquele que se encolerizar contra seu irmão é um assassino. Como alguém disse uma vez: "Senhor, eu pensava que eu não era um assassino – pensava que era inocente nisto, mas quando soube que aquele que odeia seu irmão é um assassino, então chorei por ser culpado, porque tenho matado mais de vinte homens antes do almoço, porque eu tenho raiva de muitos deles e com muita freqüência. "

Esta lei não significa apenas o que ela diz em palavras, mas tem coisas profundas escondidas em suas entranhas. Ela diz: "Tu não cometerás adultério", mas isso significa, como Jesus o tem definido, "Aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já cometeu adultério com ela em seu coração." Ela diz: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão", isto significa que devemos reverência a Deus em todo lugar, e ter seu temor diante dos nossos olhos, e devemos sempre honrar e observar os seus estatutos, e sempre andar em temor e amor.
Ah, meus irmãos, com certeza não há ninguém aqui tão tolo para se firmar na sua própria justiça e dizer: "Eu sou inocente."

O espírito da lei nos condena. E esta é a sua propriedade útil. Ela nos humilha, nos faz saber que somos culpados, e assim nos conduz a receber o Salvador.
Marquem isto, aliás, meus caros ouvintes, uma única violação desta lei é suficiente para nos condenar para sempre. Aquele que quebra a lei em um só ponto é culpado de todos. A lei exige que obedeçamos todos os mandamentos, e se um deles for quebrado, todos os demais são quebrados.

Isto é como um vaso de fabricação esmerada que deve ser destruído, caso você faça nele uma pequena fratura, porque com isso terá destruído a sua perfeição, tornando-o imprestável. Como se trata de uma lei perfeita, que somos ordenados a obedecer, e obedecer perfeitamente, então fazer uma violação da mesma, embora sejamos sempre inocentes, nada podemos esperar da lei senão ouvir sua voz dizendo:
"Vocês estão condenados, estão condenados, condenados." Sob este aspecto do assunto não deve a lei tirar muitos de nós de toda a nossa ostentação? Quem é que se levantará em seu lugar e dirá: "Senhor, eu te agradeço porque não sou como os demais homens?" Certamente não pode haver um entre vocês que possa ir para casa e dizer: "Eu tenho dizimado a hortelã e o cominho, e tenho guardado todos os mandamentos desde a minha juventude?" Não, se essa lei for levada à consciência e ao coração vamos ser como o publicano, dizendo: "Senhor, sê propício a mim, pecador". A única razão por que um homem pensa que é justo é porque não conhece a lei. Você acha que nunca a quebrou porque você não a entende.

Há alguns de vocês, que são pessoas muito respeitáveis; que pensam que têm sido tão bons que poderão ir para o céu por suas próprias obras. Você não iria dizer exatamente isso, mas secretamente pensa assim, você tem tomado a ceia com devoção, tem sido muito piedoso em participar de suas igreja regularmente, você é bom para os pobres, generoso e reto e você diz: "Eu serei salvo pelas minhas obras. " Não, senhor, olhe para a chama que Moisés viu, e gemeu e tremeu de desespero. A lei não pode fazer nada por nós, exceto nos condenar.
    
Os Usos da Lei
Spurgeon - reduzido e adaptado
Parte 3
O máximo que a lei pode fazer é nos chicotear para fora da nossa justiça própria orgulhosa e nos conduzir a Cristo. Ela coloca um fardo nas nossas costas e nos faz pedir a Cristo para tirá-lo. É como uma lanceta, que corta a ferida. A lei é..., usando uma parábola como quando algum porão escuro não foi aberto por anos e está cheio de todos os tipos de criaturas abomináveis, podemos atravessá-lo sem saber que elas existem.
Mas a lei vem, abre as janelas, deixa a luz entrar, e em seguida, descobrimos que temos um coração vil, e quão profanas nossas vidas têm sido, e, então, em vez de se vangloriar, coloquemos nosso rosto no pó e clamemos: "Senhor, salva-me ou pereço. Oh, salva-me por tua misericórdia, ou então eu serei lançado fora." Oh, vós, hipócritas que pensam que são tão bons que podem ir para o céu por suas obras – cavalos cegos, que rodeiam perpetuamente o moinho e não fazem uma só polegada de progresso - você pensar em tomar a lei sobre os seus ombros como Sansão fez com as portas de Gaza? Você imagina que pode manter perfeitamente esta lei de Deus?
Você se atreve a dizer que não a tem quebrado?

Não, com certeza, você confessará, ainda que seja em voz baixa: "Eu tenho me rebelado." Então, saiba isto: a lei não pode fazer nada por você na questão do perdão. Tudo o que ela fizer é apenas isto: Ela pode fazer você sentir que você não é absolutamente nada, ela pode destruir você, pode ferir você, pode matá-lo, mas não pode incentivar, nem vestir, nem limpar, porque nunca foi feita para fazer isso. Oh, tu estás agora, meu ouvinte, triste, por causa do pecado? Sentes que tens sido culpado? Tu reconheces a tua transgressão? Tens confessado os teus erros? Ouça-me, então, como embaixador de Deus, Deus tem misericórdia dos pecadores. Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores.
E apesar de você ter quebrado a lei, Ele a guardou e cumpriu. Deus a Sua justiça divina para ser sua. Lance-se sobre ele. Venha a Ele agora, despojado e nu e tome o Seu manto como a sua veste. Venha a ele, sujo como estás, e lave-se na fonte aberta para limpar o pecado e a impureza, e então você saberá "" Qual, pois, a razão de ser da lei?"?" Esse é o primeiro ponto do meu sermão.


Os Usos da Lei
Spurgeon - reduzido e adaptado
Parte 4

II. Agora, o segundo ponto do nosso sermão. A lei serve para matar toda a esperança da salvação de uma vida reformada. A maioria dos homens quando descobrem serem culpados, dizem que vão se reformar. Eles dizem: "Eu tenho sido culpado e merecido a ira de Deus, mas para o futuro vou procurar ganhar um estoque de méritos que contrabalançará todos os meus antigos pecados." Mas a lei, coloca sua mão sobre a boca do pecador, e diz: "Pare, você não pode fazer isso, é impossível." Eu vou lhes mostrar como é que a lei faz isso.
Ela o faz em parte deste modo, lembrando aos homens que a obediência futura não pode expiar a culpa do passado. Vou usar uma metáfora simples para vocês entenderem melhor o que estou dizendo.
Suponha que alguém diga ao seu credor, que não poderá pagar uma dívida muito grande passada porque o seu marido morreu. Ainda que prometa ao credor que nunca mais contrairá qualquer outra dívida, seria de se esperar que por causa disso ele perdoaria a dívida passada? Certamente que não! Ele esperaria que a dívida fosse paga integralmente. O mesmo sucede com os homens em relação a Deus. “Eu prometo”, eles dizem, “Eu tenho errado muito, mas eu não vou errar mais.”. Ah, quem fala assim fala como se fosse uma criança. Manifesta a sua tolice ao ter uma tal esperança. Você pode apagar as suas transgressões passadas por uma obediência futura? Ah, não pode não. A antiga dívida deve ser paga de alguma forma. A justiça de Deus é inflexível, e a lei diz que todas as suas exigências não podem fazer expiação para o passado. Você deve ter uma expiação por meio de Cristo Jesus, o Senhor. "Mas", diz o homem: "Eu vou tentar ser melhor, e então eu acho que a misericórdia me será concedida." Então a lei vem e diz: "Você está tentando me guardar para o fim de achar misericórdia, não é? Mas homem, você não pode fazê-lo." A obediência perfeita no futuro é impossível.

Você não foi obediente no passado, e não há probabilidade de que você vai guardar os mandamentos de Deus no futuro. Você diz que vai evitar os males do passado. Você não pode. "Pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? então podereis também fazer o bem vós que estais acostumados a fazer o mal." "Mas você diz" eu vou ter mais atenção aos meus caminhos.
"Senhor, você não vai fazê-lo, porque a tentação que o venceu antes o vencerá amanhã. Mas, marque isto, se você quisesse, você não poderia ganhar a salvação por esse meio..." A lei diz que a menos que você obedeça perfeitamente você não pode ser salvo por suas ações, ela lhe diz que uma única falha, que uma única transgressão vai estragar toda a sua obediência. É uma roupa impecável que você deve vestir no céu. É apenas uma lei inquebrantável que Deus pode aceitar. Assim, então, a lei responde a esta finalidade, para dizer aos homens que seus conhecimentos e as suas obras, não são de qualquer utilidade em matéria de salvação. Isto é, eles devem vir a Cristo, para conseguirem um coração novo e um espírito reto; para obterem o arrependimento evangélico, que pede apenas que coloquemos nossa total confiança em Jesus para recebermos o perdão através do sangue que ele derramou na cruz.
"Portanto, para que serve a lei?" Ela serve a esse propósito, como Lutero se referiu a isto, dizendo que é o propósito de um martelo. Lutero, vocês sabem, é muito forte sobre o assunto da lei. Ele diz: "Porque, se alguém não é um assassino, um adúltero, um ladrão, e exteriormente se abstém do pecado, como fez o fariseu, que é mencionado no evangelho, ele poderia jurar que ele é justo e, portanto, ele concebeu uma opinião de justiça, presumida de suas boas obras e méritos. Deus não pode humilhar alguém assim de outra maneira que não seja através da lei, porque ela é o martelo da morte, o trovão do inferno, e o relâmpago da ira de Deus, que leva ao pó os hipócritas obstinados e insensíveis. Quanto maior for o tempo que alguém permaneça com sua opinião de justiça própria, maior também será o seu orgulho, a sua presunção, segurança, e ódio de Deus, e desprezo da sua graça e misericórdia, e a ignorância das suas promessas e de Cristo.

A pregação da remissão de pecados pela graça de Cristo, não pode entrar no coração de tal pessoa, nem ele pode, portanto, sentir qualquer prazer ou sabor; porque a rocha poderosa e a parede inflexível, a saber, a opinião da justiça própria, com a qual o seu coração está revestido, resistem à graça. Assim, a lei é este martelo, este fogo, este vento poderoso, e este terrível terremoto rasgando as montanhas, e quebrando as pedras (1 Reis 19 :11-13) ou seja, os hipócritas orgulhosos e obstinados. Elias, não sendo capaz de cumprir esses terrores da lei, que, por essas coisas são significadas, cobriu o rosto com seu manto. Não obstante, quando a tempestade cessou, da qual ele era um observador, veio um vento gracioso, um sicio suave, no qual o Senhor estava, mas convinha que a tempestade de fogo, o vento, e o terremoto passassem, antes que o Senhor revelasse a Si mesmo neste vento gracioso.".

Os Usos da Lei
Spurgeon - reduzido e adaptado
Parte 5

III. E agora, um passo adiante. Você sabe que a graça de Deus pode me seguir nesta próxima etapa. A lei intentou mostrar ao homem a miséria que caiu sobre ele através de seu pecado. Falo por experiência própria, porque apesar de jovem eu sentia muita tristeza por causa do pecado. Meus ossos se envelheceram com meus constantes gemidos todo o dia. Dia e noite a mão de Deus pesava sobre mim.
Eu temia que o céu caísse sobre mim, e esmagasse minha alma culpada. A lei de Deus tinha se apoderado de mim, e estava revelando a minha miséria. Quando eu dormia eu sonhava com o poço do abismo, e quando acordava, parecia sentir a miséria que eu tinha sonhado. Até quando ia à casa de Deus, a minha canção era apenas um gemido. Eu me retirava para o meu quarto e com lágrimas e gemidos eu oferecia minha oração, sem esperança e sem um refúgio. Eu poderia então dizer com Davi:
"A coruja é minha companheira", porque a lei de Deus estava me flagelando com o seu chicote de dez pontas, e em seguida, me esfregava com salmoura, de modo que me fazia tremer com dor e angústia, e a minha alma perdeu o gosto pela vida, porque eu estava muito triste. Alguns de vocês tiveram a mesma experiência. A lei foi enviada com o propósito de fazer isso. Mas, você vai perguntar:
"Por que esta miséria?" Eu respondo, que a miséria foi enviada por esta razão: para que eu pudesse então ser levado a clamar por Jesus. Nosso Pai celestial não costuma nos levar a buscar Jesus até que ele tenha nos levado a abandonar toda a nossa auto confiança; ele não pode nos fazer aspirar sinceramente pelo céu até que ele nos faça sentir algo das intoleráveis torturas de uma consciência doída, que tem a antecipação do inferno.

Sim, foi por isso que a lei foi enviada - para nos convencer do pecado, para nos fazer tremer diante de Deus. Oh! vocês que são justos a seus próprios olhos, deixe-me falar com vocês esta manhã com apenas uma ou duas palavras de seriedade terrível e ardente. Lembrem-se, senhores, o dia está chegando quando uma multidão muito grande estará de pé nas planícies de terra, quando num grande trono branco, o Salvador, o juiz dos homens, deve se assentar. Agora, ele é chegado, o livro é aberto, e a glória do céu é exibida, rica de amor triunfante, e ardendo em vingança insaciável; milhares de anjos estão ao lado de cada mão, e você está em pé para ser julgado. Agora, você, homem que confia na própria justiça, diga-me agora que você ia à igreja três vezes por dia! Vem, homem, diga-me agora que você guardou todos os mandamentos! Diga-me agora que você não é culpado! Venha diante de Deus com um recibo de sua hortelã, seu anis, e seu cominho! Onde você está? Oh, você está fugindo. Você está chorando, "Rochas escondei-nos; montanhas caiam sobre nós." O que será depois homem? Por que, você era tão justo na terra que ninguém se atrevia a falar com você, você era tão bom e tão formoso, por que você fugiu?

Venha homem, crie coragem, venha diante do seu Criador; dizer-lhe que você foi honesto, sóbrio, excelente, e que merece ser salvo! Por que você demora a repetir a sua jactância?
Mas olhem! olhem! Vejo um homem vindo para a frente daquela multidão heterogênea, ele avança com passo firme, e com um sorriso na face. O quê! existe algum homem que se atreva a se aproximar do tribunal temível de Deus?

O quê! há um que se atreve a estar diante do seu Criador? Sim, existe um, ele vem para a frente, e ele clama: "Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?" Você não treme? As montanhas de ira o esmagarão? Deus não vai lançar esse terrível raio contra ele? Não, ouça enquanto ele continua confiante: "Quem é que que os condenará? É Cristo que morreu, sim, e que ressuscitou". E eu vejo a mão direita de Deus estendida "Vinde, benditos, entrem no reino que vos está preparado".
Os Usos da Lei
Spurgeon - reduzido e adaptado
Parte 6

IV - Deixe-me ainda fazer alusão a um outro pensamento: "Qual, pois, a razão de ser da lei?"

Ela foi enviada ao mundo para mostrar o valor de um Salvador. Eu ouço a lei da maldição de Deus, e quão severa é a sua voz. Jesus diz: "vinde a mim;" oh, que música! Eu vejo a lei condenar, mas eis que Cristo a obedeceu. Oh! quão alto foi o preço que ele pagou, quando eu sei quão pesada foi a exigência! Eu li os mandamentos, e eu os achei rigorosos e muito severos - oh! quão santo deve ter sido Cristo para obedecer todos eles por mim! Nada me faz, dar mais valor ao meu Salvador do que ver a lei me condenar.

Quando eu sei que esta lei está no meu caminho, e como um querubim de fogo não vai me deixar entrar no paraíso, então eu posso dizer quão docemente preciosa deve ser a justiça de Jesus Cristo, que é um passaporte para o céu, e me dá a graça de entrar lá.

V. E, finalmente, " Qual, pois, a razão de ser da lei?"

Foi enviada ao mundo para livrar os homens cristãos da justiça própria. Os cristãos nunca têm justiça própria? Sim, eles têm. O melhor homem cristão no mundo vai achar que é um difícil trabalho se manter livre de vanglória, e de ser hipócrita.
Eu sempre me divirto com alguns dos meus irmãos, que me dizem: "Eu confio que o Senhor irá mantê-lo humilde", quando eles mesmos são bastante orgulhosos. Eles têm sido mais sinceros na oração para que eu seja humilde, do que em desejarem serem curados do seu próprio orgulho pela sua própria reputação imaginária de que são humildes. Eu tenho há muito tempo desistido de pedir às pessoas para serem humildes, porque isto tende naturalmente a torná-los orgulhosos. Um homem é capaz de dizer:
"Meu Deus, essas pessoas têm medo de que eu seja orgulhoso; eu devo ter algo para me orgulhar." Então dizemos a nós mesmos, "Não vou deixá-los ver isto", e tentamos manter o nosso orgulho escondido, mas afinal, é como o orgulho de Satanás por dentro. Acho que as pessoas mais orgulhosas e mais cheias de justiça própria são aquelas que nada fazem e absolutamente nada, e que não têm nem a sombra da presença de qualquer opinião sobre sua própria bondade. A antiga verdade no livro de Jó ainda é verdade agora. Você sabe que no início do livro de Jó é dito, "Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles." Este é geralmente o caminho neste mundo.
Os bois estão arando na igreja - temos alguns que estão trabalhando duro para Cristo e os jumentos estão se alimentando ao lado deles, sem trabalharem como os bois, e se alimentando do melhor da terra. Estas são as pessoas que têm muito a dizer sobre auto-justiça. O que eles fazem? Eles não fazem o suficiente para ganhar a vida, e eles ainda acham que vão ganhar o céu. Eles se sentam e fecham suas mãos, e ainda assim eles são tão reverentemente justos, porque às vezes distribuem um pouco de caridade. Eles não fazem nada, e ainda se gabam de justiça própria. E com o povo cristão se dá o mesmo. Se Deus o faz laborioso, e o mantém sempre engajado em Seu serviço, então você fica menos propenso a ter orgulho de sua própria justiça do que teria caso não fizesse nada. Mas em todos os momentos há uma tendência natural a isto.
Portanto, Deus escreveu a lei, para que, quando a lemos, podemos ver as nossas faltas, para que quando olharmos para ela, como num espelho, possamos ver as impurezas em nossa carne, e ter razão para nos abominarmos em saco e cinza, e ainda clamar a Jesus por misericórdia. Use a lei desta forma, e de nenhum outro modo.
Cristo cumpriu a lei. Para que a justiça dEle fosse a nossa justiça. Cristo sofreu no lugar de todos os que se arrependem. Ele foi punido no nosso lugar. E através da fé na santificação e redenção de Cristo, você é salvo. Venham, então, vós, cansados e oprimidos, feridos e mutilados pela queda no pecado, venham então, pecadores, venham, Venham vocês moralistas, venham todos os que quebraram a lei de Deus e sentiram isto; deixem a sua confiança própria e venham a Jesus, ele vai lhes dar vestes imaculadas de justiça, e lhes fará seus para sempre. "Mas como posso vir?" diz alguém, "Devo ir para casa e orar?" Não, senhor, não. Onde estás agora, tu podes vir para a cruz. Oh, se tu conheces a ti mesmo como um pecador, agora - te peço, que ores se entregando a Jesus, dizendo:
Em seus braços eu me lanço. Senhor, salve a minha alma culpada.


Este texto é administrado por: Silvio Dutra
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