Não adianta, pois serei sempre escapista,
Chame-me como quiser, louco ou autista.
Se o mundo encolheu, culpa eu não tenho,
Sempre fui opositor, dizem que ferrenho.
Não cedi e construí minha barricada.
Lá de cima, observei a degringolada.
O Mc Donald’s conseguiu a bela façanha:
Instalar um restaurante na Piazza di Spagna.
Se os jovens vestem GAP, ai que maravilha!
Se não vão achar aqui, acham em Sevilha.
Sempre prevalecerá o Deus Consumo
Sem fronteiras? Tudo bem, mas por que sem rumo?
Nas mudanças até aqui, houve transparência,
É possível admitir, com benevolência,
Que teremos doravante mundo sem barreiras,
Com mistura num cadinho de nações inteiras.
Como se lecionará doravante História?
As nações perderão a sua memória.
Tem, porém, uma vantagem, eu a vi primeiro.
É poder dizer que Mozart era... brasileiro!
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Biografia: Alexandru Solomon nasceu em Bucareste (1943), mas vive no Brasil desde os 17 anos. Ao lado de uma sólida carreira empresarial, de uns tempos para cá passou a se dedicar a uma nova paixão: a literatura. Através da sua escrita nunca deixa o leitor indiferente.
Autor de ´Almanaque Anacrônico`, ´Versos Anacrônicos`, ´Apetite Famélico`, ´Mãos Outonais`, ´Sessão da Tarde`, ´Desespero Provisório` , ´Não basta sonhar`, ´Um Triângulo de Bermudas`, ´O Desmonte de Vênus`, ´Bucareste`, ´Plataforma G` e ´A luta continua`, além de vários prêmios nacionais e internacionais por sua escrita.
http://blogdoalexandrusolomon.blog.terra.com.br |