Sempre fiz muitas perguntas, sempre tirei conclusões demais, sempre "achei" que era isso, que era aquilo, e com certeza na maioria das vezes não era assim. E vivendo assim neste achômetro, acho que sempre falei demais e disse de menos.
Posso entender que causei tantas confusões e devo ter levado quem me escutava à loucura e a vontade de fazer um fogo e me jogar dentro dele, para ser consumida em segundos apenas e não ter chance de ressurgir das cinzas.
Agora, neste momento, também tenho tantas perguntas a fazer e queria dizer tanta coisa. Mas pensando e pensando, concluo que talvez algumas estrelas, em especial a maior de todas, precisam de tempo, de silêncio e de reflexão.
Então resolvi deixar o tempo calar. Quieto. Calado. E deixar sofrer o coração. Esse, esse não se cala não.
Grita, se lamenta e força as janelas da alma a derramarem pequenas gotas de cristais de sal, que vão rolar e molhar as páginas de um livro, um velho livro de memórias, já quatrocentão.
Suspiro. Silêncio dói. Silênciar também. Mas silêncio fala. E silenciar? O que será que fala? Queria saber, para outra vez não falar nada errado e nem magoar ninguém.
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