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O pulo do gato
Copyright© 2012 by Otaviano Maciel de Alencar Filho
otaviano maciel de alencar filho




          Após um dia de trabalho estafante, o desejo de todo trabalhador ao retornar a sua casa é tomar um banho relaxante, fazer uma alimentação bem leve e depois descansar as pernas no braço do sofá, fazer a leitura de um livro ou ler as notícias do dia no “jornal de papel”, no tele-jornal, ou talvez na internet! Há quem faça opção por escutar uma boa coletânea de músicas enquanto o sono não chega.
          As horas passam e já é hora de tirar aquela bela soneca, afinal, amanhã é domingo, dia de descanso, pois na segunda feira começa tudo de novo, a mesma rotina! O abençoado trabalho reclama o compromisso assumido em favor da família e da sociedade!
          Para certa parcela da população humana, basta deitar-se e o sono logo se apodera do ser. Há, inclusive, pessoas que dormem em pé dentro de coletivos, bastando para este mister procurar um lugarzinho para se acomodar. Quem dera fosse esse o meu caso. Faz-se necessário um silêncio quase sepulcral e a luz ambiente deve ser a mínina possível. Vou deitar. O sono demora. Começo a adormecer, enfim! Após algumas horas que não sei precisar, sou surpreendido por barulhos no telhado: Crash... Crash... Crash... De súbito, assustado, ainda sonolento, arregalo os olhos e procuro saber de onde vem o barulho e percebo que o incômodo ruído vem do telhado. Escuto passos. Minha esposa, ao lado, também acorda e fala:
           - Amor, é o gato da vizinha que mora aí em frente.
           A intensa barulheira provocada pelo bichano mais parecia uma britadeira sendo usada, ante o silêncio do começo da madrugada.
           - Amanhã mesmo, ou melhor, mais tarde vamos dar um jeito desse gato não mais subir no telhado – Disse irritado!
Voltamos a dormir, melhor dizendo: cochilar.
          Logo cedinho, comecei a preparar um plano para evitar que o felino voltasse na noite seguinte para nos atormentar.
          Realizei uma rápida pesquisa na internet, para saber como afugentar gatos dos telhados das casas. Uma das soluções consistia em colocar garrafas PET deitadas, juntas em fileira, unidas por um arame, sobre a parede ou o muro, assim, quando o animal tentasse pular, esbarraria no obstáculo e escorregaria, pois suas garras não prenderiam nas garrafas. Fácil, não?! Foi o que fiz. Aguardei ansiosamente a chegada da noite. Aproximando-se a hora de dormir, fui deitar mais tranquilo. Adormeci. Lá pelas tantas: Trusth... Crash... Crash... Crash... Atordoado, dei um salto da cama. O gato novamente estava lá: saltara sobre as garrafas! Mais uma noite sem dormir direito. Pensei: depois eu vejo outra solução!
           O dia amanheceu e fui trabalhar. Quando cheguei em casa ao meio dia para almoçar, minha esposa me chama na cozinha e mostra o danado do gato amarrado, triste e encolhido no canto da parede. Perguntei:
            - O que é isto?
           Ela respondeu:
           - Eu consegui pegá-lo, vamos dar uma nova moradia para ele bem longe daqui. Só assim conseguiremos dormir em paz!
Fitei bem nos olhos do bichinho e fiquei comovido com aquela cena que ora presenciava, e decidi:
           - Não, não vamos fazer isto. Veja como ele é dócil e inofensivo; talvez com esta lição ele aprenda e não queira chegar mais perto aqui de casa!
            Minha esposa redargüiu:
            - Homem, não perca tempo, pode ser que não tenhamos outra oportunidade de colocar as mãos nele! Ele logo arranjará outro dono!
Fui enfático:
            - Não.
            - Depois não reclame: Disse ela.
            Soltamos o pobre animal, que saiu desconfiado passando pelo hall, quartos e a sala, encontrando a saída para a rua.
            Agora era só esperar e ver se ele aprendera a lição.
            Nos dias subsequentes: Trusth... Crash... Crash... Crash...














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