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Precipício
Caroline

Os galhos das árvores balançavam lentamente enquanto a leve brisa batia em meu rosto. Eu podia ouvir o pingo de meu suor batendo no chão depois de percorrer a minha pele, o medo triunfava sobre a minha alma. Mais não era maior que a dor, ou pior que a dúvida. Enquanto eu admirava o lindo sol se pondo na beira de um precipício, pensava se realmente a vida poderia ter algum valor, ou se eu tinha algum valor perante ela. Vários pensamentos invadiram a minha cabeça nesse momento, principalmente as lembranças daquele final de tarde. Eu ouvi o sinal batendo dando permissão para todos irem para suas casas, e era o que eu normalmente faria se não fosse pelo fato de a saudade de ver o seu sorriso novamente me fizesse passar em sua casa. Aquela casa simples mais bela que eu conhecia muito bem, com as suas janelas brancas e lindas flores que faziam de tudo mais especial. Eu entrei sem bater, afinal já era quase dois anos de namoro, e eu tinha certeza que você ia estar me esperando com uma caixa de chocolates, um ursinho de pelúcia ou simplesmente a mais bonita rosa do jardim.
A medida que eu fui me aproximando da porta alguma coisa me dizia: Pare! Vai embora!
Ou melhor, meu coração dizia. Então ignorando totalmente aquela voz que me trazia uma profunda agonia eu abri a porta com a certeza de que o que eu iria ver não era um conto de fadas. Sim, ele o destruiu! Ele levou embora os meus sonhos quando eu o vi deitado com outra... O que eu fiz? Apenas girei os calcanhares com a certeza de nunca iria amar novamente. Eu fui embora com raiva de não ter ouvido o meu coração quando ele me dizia para não seguir em frente, mas eu também fui embora com a verdade. Pois se eu não tivesse aberto aquela porta, iria permanecer com a mentira, para sempre.
Hoje, aqui de cima, realmente vendo o mundo como ele é eu posso afirmar que o amor não passa de uma simples e surpreendente ilusão. E que se fazer parte desse mundo significa amar de alguma forma, eu me despeço dele com a tristeza de não ver o seu sorriso novamente, mas com a certeza de que ele nunca foi sincero!


Biografia:
Tenho doze anos e sempre quis ser escritora.Espero que o meu trabalho mostre que nem tamanho nem idade é documento.

Este texto é administrado por: EscritoraCC
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