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Estranho Dia eólico
Estranho Dia
lathea

Resumo:
a nausea do cotidiano de um homem.,

Estranho dia eólico!

Ele regou suas plantas pegou o violão e dedilhou alguns acordes, pois mão tinha nada para fazer. Fazia isso quase todos os dias, outros regava as plantas, outros tocava alguns acordes, não fazia nada! Dormia tarde vendo filmes classe Z americanos. Pensava que não adiantava acordar cedo, hera mais tempo sem fazer nada. Pensava na teoria De Masi; o tempo ócio é criativo. Queria ser artista, imaginava-se dando longas entrevistas para mídia especializada. Olhava seu bairro pacato no interior do rio com melancolia e uma sensação de já ter morado em paris. Não entedia muito bem aquele sentimento.
Imaginava pegar aquela bunduda do 1505 que lhe deixa louco de tesão. Não queria casar só ficar trancado no quarto com ela um mês, até sucumbir tudo nele. Pensou em ir à igreja, mas era tarde, com toda aquela selvageria dentro dele. Sentia ódio às vezes por não ser igual os seus. Pensava em dar o fora, andar por aí; quem sabe Polinésia francesa, dizem que existe um paraíso lá onde todos andam nus fazendo amor o tempo todo. Queria cursar uma disciplina só para ter regras. Vivia sem regras, a não ser as suas. Comia a hora que queria, dormia a hora que queria, saia... Muita liberdade ou nenhuma.
Pois só fazia aquilo porque não tinha nada pra fazer. Escrevia às vezes, era muito difícil a arte de escrever porque as palavras lhe fugiam como uma maldição. Quando achava uma palavra boa um significante perfeito para seu conto, o ruído irritado desafinado do Dia o fazia esquecer. Seu cérebro vagaroso distraído pelo ruído desafinado do Dia debochava dele e evitava que ele retese a informação. Motivo porque não gostava de pensar ao Dia. Maldizia seus dias, odiava sua vida. Agia como um leproso obrigado a evitar o convívio social. Vomitava todos os dias só em olhar aquelas pessoas andando fingindo serem felizes. Evitava ficar perto dos outros com medo que essa pseuda felicidade o contagia-se. Temia relações que se estabilizam a custa da domesticação das opiniões. Detestava essa padronização domestica comum e a barganha do convívio social.
O cotidiano do ruído desafinado do Dia causou-lhe algum transtorno psíquico. Odiava fazer compras, filas, pessoas, praças. Preferia a noite, tinha mais concentração e dava-lhe uma sensação de maldade junto com uma força tremenda. Recusou ser amado, detestava o amor. Recusou ser bonito, foi gradativamente comendo pizza com cerveja, queria ficar com a aparência flácida, cara inchada, como ungido pelo goza de uma buceta sifilítica. Acho que os homens bebem para se sentirem banhados por gozos de bucetas sifilíticas ou não. Ganhou barriga e alguns dentes podres e maldizia sua sorte. Andava com as pobres almas penadas, pessoas tristes tanto de dinheiro como de futuro, como se uma enchente tivesse carregado todas suas esperanças. Com elas se sentia bem, feliz e até bem disposto. Não queria ajuda da UNESCO, nem da ONU, tão pouco Minha Casa Minha Vida. Estava aprimorando seu ódio para fazer coisas boas, ajudar alguém, trazer uma providência, coisas desse tipo.
Entortava o dia ensolarado lá pelas quatro quando fumava um cigarro e tossia repetidamente. Louco que escurecesse, depressa correria para o teclado com certo ódio e uma satisfação memorável. Olhou em volta ninguém, onde sentiu aquela maldade boa de ser ungido... Danou a escrever não sabia muito bem. Der repente naquela hora à palavra veio, e aí se lembrou. Riu feito criança e finalmente seu conto findou. Abriu a janela e completamente nu dormiu como um anjo.
Ass, Lathea   



Biografia:
escritor amador
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