Gertrudes estava fazendo compras com sua prima em uma loja dentro de um shopping, em São Paulo, quando, o telefone toca:
- Gertruuudes, onde você está?
- Estou na Avenida Paulista. E você onde está?
- Eu soltei do metrô agora, como faço pra chegar até aí?
- Sei lá, fala aqui com a Lindalva, que ela te explica.
Após meia hora ao celular, porque Aristeu custou a entender, encerraram a ligação e voltaram às compras.
- Enroladinho esse teu marido hein! Custa a entender as coisas.
- Você não conhece da missa um terço. Ele é muito enrolado! Mas sabe o que me irrita mais nele? É muito comilão!
- Prima, ninguém está satisfeito com nada, né? Quem dera que meu marido comesse melhor, está tão magrinho!
- É, mas o Aristeu é demais! Sabe o que ele fez no outro dia? Espera um pouco que o telefone está tocando. Alô! Fala Aristeu! O que você quer?
- Gretruuudes, eu estou perdido!
- Você está aonde?
- Estou na 25 de março. Qual é a galeria?
- Tu és muito enrolado, isso sim, fala aqui com a prima. Que homem doido, foi parar na 25 de março.
Ela explicou, explicou, e levou mais meia hora ao telefone.
- Agora ele disse que entendeu. Mas fala! O que você estava dizendo mesmo, prima?
- Há, estava dizendo, o que ele fez no outro dia, comeu a minha caixa de bombom toda. Com medo de levar uma bronca de mim, ele colocou uma nota de vinte reais dentro da caixa que continuou dentro da geladeira. Ele é demais!
- Não acredito prima! Não teve um dia que ele comeu a sobremesa toda que você fez pra titia, e depois ficou passando mal?
- Teve! Só que aquele dia eu fiquei com tanta raiva dele, que botei laxante em sua bebida. Ele nem almoçou com a mamãe, porque não saia do banheiro. Mas ele não sabe que fui eu quem botou, hein!
- Você teve coragem de fazer isso?
- Ele às vezes me tira do sério. O telefone de novo. Alooo!!!
- Gertruuudes, eu vim parar na estação do metrô novamente. Desisto, vou embora, Gertrudes!
- Estou falando que ele é muito enrolado, foi parar na estação de novo, e já está indo embora. Deixa ele ir!
- Mas onde ele estava quando nós saímos de casa, que eu não o vi?
- Estava perdido, disse que ia à padaria comprar pão e tomar uma cerveja, e ficou me ligando dizendo que não sabia voltar. Ligou-me tantas vezes, e falou meu nome tantas vezes, que o larguei para lá...
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