Qual delas seria, entre as quais veneras,
A açucarada, doce e mais cativa
Que não te deixarias jamais sozinho
Sem beira, eira ou sequer caminho?
De bom valor a moça cuja boca ao abrir,
Emblemática, indagaria: com tanto valor
Na Terra anilar de nosso Senhor,
Pra quê do amor nos proibir?
Qual paz não aborreceria os trovadores
Como quando fossem outros os favores
Pelos quais diriam suas metáforas, um dia
Chorando a vida centelha, numa eterna elegia?
Não tardaria aos poetas sempre essa oração
Recitando fúnebre monólogo, em soluço
E no vão exercício, do mais tolo abuso
De querer desse mundo a salvação.
Então meu fôlego seria angústia
E o nascente seria mais estreito ao poente
E os alísios soprariam gélidos, persistentes
Se por um momento eu cresse nesse destino vil
Pois que declamar-te-ei
Queira-me sempre bem, ó mulher primaveril!
De toda a insegurança que agora me acalmei
Face ao medo de perder-te, eu pergunto
Não fosse amor, haveria outro assunto?
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