E quando as luzes se apagam
E portas e janelas são fechadas
Quando os pássaros se aninham nas árvores altas
E nossos olhos se acostumam à penumbra
Quando o vento bate manso nas folhas a balançar
E as flores exalam seu mais suave perfume
Quando o silêncio da noite é rompido pelos suspiros
Nessa hora, os corpos se entregam
Se sentem e se desejam
Como notas musicais que se precisam para completar a sinfonia
As bocas se unem em beijos desesperados
Como o sedento que encontra na água o alívio para sua sede
As mãos se procuram, buscando se encontrar nos toques
E a única música que se ouve vem de nossos corações
Que batem acelerados e descompassados
Porque é nessa hora
Quando apenas a luz da Lua que entra suave pela vidraça é testemunha
É nessa hora
Que percebemos a urgência dessa entrega
Dessa espera e desse encontro
Desse doar e receber amor
É o amor que se faz
Em mim, como em você
Faz-se em nós
Como se fora a chuva que molha a terra seca
Sem ela, não há vida
Assim como não há você sem mim
Nem eu sem você.
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