Cadeira de balanço
A velha cadeira de balanço não é mais a mesma,
O tempo se encarregou de deixá-la com marcas profundas, e em cada cantinho dela, um momento de vida parecia calar,
Às vezes, o vento forte fazia a cadeira balançar como se fosse tombar, e o barulhinho das folhas na varanda, emitia um som quase melancólico,
Às vezes, em dias de chuva, a velha cadeira parecia mais um bambu que balançava de um lado para o outro e depois da tormenta, erguia-se majestosamente;
Em dias de calmaria, a velha cadeira mostrava-se imponente e sublime, e de longe quem a avistasse seria capaz de sentir uma paz profunda,
A velha cadeira de balaço já não é mais a mesma de outrora, o passar dos anos transformaram-na em um verdadeiro diário de vidas,
Ainda consigo vê-la em minha memória, doces lembranças,
Quantos mais ela ainda haveria de acalentar, de aconselhar ou de simplesmente servir de ouvinte,
Outros dias de chuva e ventaria viriam e enfim, a calmaria,
Nunca seremos mais os mesmos, os mesmos de ontem, de hoje e de amanhã, como a velha cadeira, carregamos marcas profundas,
A cada instante estamos à frente de um novo tempo, um novo que repete o velho, mais que nunca é visto como antes.
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