Miríades de corpos cintilantes
A balançar pelo espaço sem fim
Rodopiam em giros incessantes
Impelidos por mágico querubim
Zombam do homem presunçoso
Impotente, curioso, inseguro
Lutador, que busca dominar
Dentro do colosso imaturo
A mecânica celeste estelar.
Más eis que lhe foge
A princípio
Respostas a questões transcendentais
Indagas, buscas, investigas
Zangado, às vezes, inconfomais
Inda é cedo, oh! Homem!
Lutas sem amor e te esvais
Detêm te um pouco, e perscruta
Adianta querer sempre mais?
Meditas comigo um só instante
Agora, aqui, neste momento
Repousa ao teu lado confiante
Inestimável e belo complemento
Zéfiro divino, que acalenta
Inóspitas moradas planetárias
Lutando corajosamente, não lamenta
Desde formas egressas multifárias
A mulher prestimosa, te sustenta.
Metamorfoses contínuas delineiam
Através dos milênios transcorridos
Roteiros bem seguros que alardeiam
Insuspeito porvir aos socorridos
Zonzos ainda em conseqüência
Inaudita da demência
Loucura, vaidade, desprezo
Diante do criador tolerante
A doar, como fonte incessante.
Montes Claros, MG, 20/11/1980
OLIVEIRA, João Carlos de,
E-mail: zoo.animais@hotmail.com
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