Foi no fim do caminho, não te lembras?
Tinhas olhos morenos e uma blusa de rendas
A minha doce boneca intocada
Vaguei a conhecer olhos fulgentes
Que não eram os teus, infelizmente.
Tu eras a pátria procurada
Mas de sorriso longo e imaculado
Tornastes a mim um homem desesperado
Pois estás longe a me matar
E tu sabes que minhas preces
São para que tu regresses
E acabe o meu penar
E quando te achar por aí na cidade
A girar à toda velocidade
Ainda que morra de medo
Quero teu abraço mais pesado
E os teus lábios apaixonados
A confessarem um segredo
Que tu me queres a todo instante
Que tu não vives sem mim como teu amante
Da boca da noite ao nascer do dia
E tu que tens altura abreviada, como uma criança
Imaginas como seria a nossa dança?
Infindável, em uma viçosa alegria
E o nosso sorvete cremoso na madrugada?
Guardo o sabor da tua língua gelada
Que me despertou tanto querer
E assim será: sempre a te adorar
E meu corpo ébrio louco a te buscar
Em intensidade, morto de prazer.
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