Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Cave Hominem
Aquiles Rapassi

Resumo:
Na puberdade latente dos 15 anos, em uma noite escrevi esse conto e, na outra, ganhei o concurso literário municipal. Dedico ao grande Nicolas Merchiori, que propagou a fama e é o maior incentivador desse texto. Transcrevo o texto original, com os erros e inconseqüências da escrita juvenil, sem correções.

Ria o roto do esfarrapado. Seu ar cômico era contrastante com a sua petulante crítica satírica.

A ele nada satisfazia. Solitário, Jonas revelava-se um distinto strelitz.

Bastardo, perdeu o saudável convívio materno aos 7 anos. Foi acolhido por uma instituição católica. Ao menos algo, felizmente, ele respeitava. Era imprescindível que visitasse o altar dia após dia, pela manhã. Costumava dizer:

- “A noite é profana, o destino de cada um nela é planejado.”

Detestava manter-se fora de casa. Seu mundo era secreto. Diariamente redigia uma coluna de extrema oposição ao governo direitista que vigorava. O escrito era publicado sob o pseudônimo O Pandemônio. Idéias grotescas o atormentavam. Sentia-se o escolhido, que com bravura tornaria - se ícone de mudança. Com firmeza, decidiu. Pensou e escolheu: entre ser velado como indigente a entrar para história. A ganância sentimental imperou.

O dia certo, 11 de novembro, chegara. O excelentíssimo senhor Presidente da República estava na cidade, para a inauguração de um importante complexo médico. Teria de pronunciar-se, cedo ou tarde.

Pacientemente Jonas aguardava. Seus olhos orvalharam-se com os instantes precedentes.

Na sucessão de segundos, tudo mudou. Enquanto o chefe da nação recitava seu discurso, Jonas levantou. Em meio à multidão, respirou profundamente (mal sabia ele que seria a última vez). Sacou de sua arma, em toda a desprezível grandiosidade do ato diabólico. Apontou a cuspidora de projéteis... e disparou!

Sua excelência caía ao chão, já indo ao encontro de Deus (quem sabe?). No mesmo instante, antes mesmo que Jonas expirasse, a retaliação veio à sua face. Balaço de inegável pontaria o desfigurou. População espavorida, com medo.

O pobre homem ignorou que a morte dos outros não nos salva.

Em seu epitáfio, algum sacana escreveu como homenagem a este capadócio: “Cave Hominem” (cuidado com o homem)


Biografia:
aquiles.rapassi@gmail.com
Número de vezes que este texto foi lido: 61403


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Balada do Desespero Aquiles Rapassi
Poesias Morte em Poesia Aquiles Rapassi
Poesias A hora noturna Aquiles Rapassi
Poesias A mulher que ainda não conheci Aquiles Rapassi
Poesias Amável Aquiles Rapassi
Poesias Avulsa Aquiles Rapassi
Poesias Oração Aquiles Rapassi
Poesias Inverno Aquiles Rapassi
Crônicas Não seria louvado nem no banquete fúnebre Aquiles Rapassi
Poesias Ocasião de Despedida Aquiles Rapassi

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 39.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Ao calor do incenso - Flora Fernweh 61827 Visitas
DIA VINTE DE NOVEMBRO – MAIS UM DIA PARA ESQUECER - Antonio de Jesus Trovão 61779 Visitas
Perseverança ou teimosia - Patrícia 61655 Visitas
Insônia - Luiz Edmundo Alves 61539 Visitas
PERIGOS DA NOITE 4 IND 14 ANOS - paulo ricardo azmbuja fogaça 61537 Visitas
O pseudodemocrático prêmio literário Portugal Telecom - R.Roldan-Roldan 61526 Visitas
Canção - valmir viana 61523 Visitas
Viver! - Machado de Assis 61521 Visitas
A menina e o desenho - 61515 Visitas
Jornada pela falha - José Raphael Daher 61507 Visitas

Páginas: Próxima Última