Quero você com véu
caido,
displicente,
como amora florescendo
no amplo jardim
dos comedidos.
Quero você mesmo assim,
vestida de rosa,
banhada de gotas de orvalho,
que umedecem a pele,
que estrondea o âmago,
aguça o desejo de setembro,
retumba a graça com o beijo doce,
e semeia o próximo,
sob a guarda dos próximos anjos.
Quero você mesmo assim,
nem simples, nem afoita,
nem para o bem afora,
nem para o mal interior.
Simples: igual a rosa de todos os dias!
Assim, morna,
como algodão despido
de entrelaço,
assim, como sementes
e cristais
que vão se formar nas horas
do dia.
Quero você assim:
nem prá mais,
nem prá menos,
simples como um botão,
forte como a viril montanha,
e fraca,amaciada,desbotada,
de ânsias e deveres
inacabados.
E se é por tudo,
que seja por nós.
Se há um começo foi aqui
Se as cortinas de pano
agora se cerram,
é por puro acaso, ou
dobra do bem querer.
Assim,
igual a quem vem
de um céu
e só alenta
nosso apaziguado
amor.
Prá mais,
prá quê?
Se já moramos
na abóboda do céu !
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