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PAISAGEM
Tânia Du Bois

Resumo:
     

Invente o seu feriado, para poder apreciar o campo coberto de flores amarelas, margaridas e bem-me-queres. Pare para sentir o vento tocar o seu rosto e perguntar: qual o lugar mais bonito do mundo? Essa pergunta parece difícil, mas tem apenas uma resposta, que é de todos nós: é a paisagem verde, aquela que podemos ver e sentir, pois é na sua composição que toda a poética do espaço incide. Aos olhos atentos, flui poesia no tapete verde, na linha do horizonte e encontramos no simbolismo o lugar, o ato da poesia.
     Lêdo Ivo inventou o seu feriado e nos mostra o que de tão especial captou na paisagem que admirou:

“Lá vai a formiga / perdida no campo / no imenso universo /
de bosques e grama / no verde oceano / de folhas e troncos.
Ela vai sozinha / sem ninguém que a guie / nos sulcos e ramos.
Pobre formiguinha / obrigada a andar / num mundo tão grande!
Rica formiguinha / errante e segura. /      Por montes e vales /
trancos e barrancos / e cercas e muros / ela já aprendeu /
que tudo é caminho. / Indo no chão duro / ela também sabe /
que hoje é o futuro. / Formiga perdida / e achada no campo”.

     A poesia de Lêdo Ivo reconfigura os campos e revitaliza o nosso dia a dia. A natureza merece respeito e, para a nossa qualidade de vida, é uma consequência direta.
     Considero que ao vermos um campo verde, colorido pelas flores, sentimos energia como se fosse um dos cartões-postais mais lindos do mundo.
     Às vezes não é preciso inventar um feriado para admirar a paisagem, a humanidade é parte da rede da vida “verde”. Precisamos perceber como podemos valorizar a natureza, visto que os hábitos e as atitudes se entrecruzam e mesclam a paisagem e a memória, como Pedro Du Bois escreveu:

“... a natureza sem o imprevisto do humano / desenvolve plantas ao sol
e à sombra / a biodiversidade se apresenta aos poucos / na hora certa /
dos relógios biológicos //... / nenhuma planta antes ou atrasada /
sementes germinam na polinização do solo / a chuva regular rega
a terra / clorofiliza folhas e ilumina flores”.

     Vale a pena aproveitar o seu feriado, para ter o prazer de conviver com a natureza e observar como tudo se transforma sem a ação direta do homem. É preciso agradecer pela beleza trazida pela paisagem: campos, bosques e jardins.
     A paisagem dos “campos, verdes campos” nos nutre e é capaz de ancorar energias. Nela as imagens campestres revelam a condição humana, garantindo nossa sobrevida à flor da poesia.


Biografia:
Pedagoga. Articulista e cronista. Textos publicados em sites e blogs.Participante e colaboradora do Projeto Passo Fundo. Autora dos livros: Amantes nas Entrelinhas, O Exercício das Vozes, Autópsia do Invisível, Comércio de Ilusões, O Eco dos Objetos - cabides da memória , Arte em Movimento, Vidas Desamarradas, Entrelaços,Eles em Diferentes Dias e A Linguagem da Diferença.
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