Sem nostalgia
Sapato furado, no bar, com amigos.
Conversa fiada, e a chuva a cair.
Risadas, cervejas e papo furado.
Sapato furado,
Que de tão furado na chuva não pode sair.
Sapato furado, sem dinheiro, sem carro, e,
Comprando fiado, sem nostalgia.
Conversa entre amigos,
Intrusos escutam a prosa,
Do sapato furado no meio da chuva.
Com a meia nos pés molhada os dedos enrugados.
Dentro do sapato furado
Sapato furado,
Sorriso aberto,
Conversa sem nexo
Sem nenhum protesto
Não há nada que detesto,
Nem mesmo um sapato furado.
Sem preço, sem pressa,
Todos conversam,
Sapato furado.
Quem foi quem furou.
Foi o desgaste do caminho
E um peso pesado que acabou
E hoje restou simplesmente.
Um sapato furado.
|