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PLACAS
Tânia Du Bois



     Pedro Du Bois pergunta, “... escrevia “placa” ou “cartaz”. Será que há alguma diferença entre uma palavra e outra? Não caberia aqui tentar estabelecer a diferença gramatical – ou de dicionário - entre uma e outra?...” Desde tempos remotos, usam-se placas para anunciar e informar. A placa demarca o colher e o cultivar. Está relacionada à cultura e faz diferença quando transmite ao leitor consumidor o seu real sentido, por que os leva a entender e conhecer o que está anunciado. Claro, se estiver escrito corretamente. Erros gramaticais nas placas são vistos como falhas no processo de desenvolvimento do local onde são encontradas, a embaraçar bruscamente a visão. Como diz Helena Rotta de Camargo, “A tentativa de abrir a porta do sucesso, com uma chave falsa, acaba por emperrá-la definitivamente”.
     A pergunta a ser feita é: o que mudou? Foi o grau de instrução ou a formação cultural de quem faz as placas e não as consegue ler corretamente? Não há como sustentar erros de grafia. É preciso apostar na manutenção cultural. Também não dá para insistir na tese de que tudo é válido, como se fosse “detalhe esquecido e não lembrado”; impossível por que dissemina a ideia de um mundo jogado ao mercado capital, sem preocupação cultural.
     Na placa, o importante é que seja transmitida a mensagem em corretas palavras e sentido, para que se faça compreensível na leitura das pessoas. A presença do produto anunciado ou a indicação e a informação seja, de fato, a representação fiel e clara do seu propósito inicial. As linhas do desenho, juntamente com as palavras, devem significar o anunciado e, ainda, demonstrar reflexo cultural; a placa é oportuna demonstração de nova e ampla consciência global, dando sentido à inquietação ou satisfação com o que pretende representar; caso contrário, mostra indevida coexistência com o precário em cada palavra mal escrita; como expressa Helena Rotta Camargo, “Deus me livre conviver com a nudez intelectual, os sonhos mirrados... / Nessa desordem, o que haverá para regalar-se ou saciar o ímpeto dos sentimentos?”
     Quando olho e leio o conteúdo da placa, percebo ser cada uma a porta-voz do povo, cartão de visita, espelho cultural. No entanto, certas placas demonstram o quanto, ainda, precisa-se percorrer até que a ignorância, seja efetivamente, erradicada. Assim, “Na compra de um coxão ganhe um trabeceiro de brinde”; “Todos os produtos desta mesa contém glúteos na composição”; “Panetone Pulmão”; "Roupas de inferno infantil”; "Frango bovino” (Coisas do Brasil/maio/2015).
     Atualmente, vivemos num mundo digital, onde tudo acontece rápido e as pessoas estão sempre atualizadas, ligadas nas notícias em tempo real. Aí, precisa entrar a consciência em “denunciar” ao órgão responsável a necessidade da correção das “palavras indecifráveis” nas placas; conviver com os procedimentos para prevenir e ajudar a combater esse problema cultural, alertando-se para garantir “a mão que escreve” e contribuir para a correção da escrita nas placas.







Biografia:
Pedagoga. Articulista e cronista. Textos publicados em sites e blogs.Participante e colaboradora do Projeto Passo Fundo. Autora dos livros: Amantes nas Entrelinhas, O Exercício das Vozes, Autópsia do Invisível, Comércio de Ilusões, O Eco dos Objetos - cabides da memória , Arte em Movimento, Vidas Desamarradas, Entrelaços,Eles em Diferentes Dias e A Linguagem da Diferença.
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