Não sei o que será de mim daqui a uns anos. Sinto o tempo fluindo como vento leve, rápido e breve em torno de mim. De mim não sei o que será. Nunca soube. Pintei minha tela branca com meus sonhos de menina, corri pra ver o rio da minha vida – mergulhei. Fui indo, acreditando que ia chegar a algum lugar. Não sei o que será. Eu nunca soube mesmo. Experimentei minha vida em meio a hipóteses de uma inocente criança em mim. Acreditei nele, acreditei no outro e depois, apostei nesse. Nunca sou mesmo o que seria e que poderiam ser. Hoje, nesse sábado de ABBA, em Haleluia profunda, resplandecendo-me em lucidez, oro para terça-feira romper bem cedo. É que você vem. E contigo vem felicidade de uns instantes. Vou ser menina outra vez mirando seus olhos cheios da vontade de mim. Ah, eu nada fui, eu nada sou, eu nada serei. Mas, sei que terei lindas recordações quando meu implacável amanhã me trouxer um novo rosto que não reconhecerei. Saberei que sou eu por que ainda estarei dentro de mim. Joguei todos os jogos da vida, tentei ganhar, perdi tanto! Ah, eu ainda sinto a vontade de sentir o amor. Talvez a única força física que ainda em mim há. Vibro pelo nascer dessa terça-feira sagrada que vem pra nós. Eu vou te abraçar como se somente eu e você pertencêssemos a esse novo velho mundo. Novo em você, minha estrela nova, velho em mim – estrela cadente. Prezo cada palavra doce que me lança. Eu não poderia ter sido mais se não te conhecesse enfim...
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