Descobri que tenho limites,
muitos limites.
Moro no limbo do sol.
E ali fico rodopiando
igual beija-flor.
Bato asas,
chego perto
e de novo me afasto.
Minhas fronteiras
são traçadas por mim
e pelo senhor do tempo
que governa minhas horas,
onde vou,
o que devo cantar e falar.
Então tenho limites.
Como sempre agora
me deparo com um.
Não sei o que fazer.
Devia procurar
um caminho melhor do que esse,
com a promessa
de que não iria
me decepcionar,
mas confesso
que não sei mais
o que pensar.
É o tal limite que chegou.
A fronteira,
o limbo do sol.
Até ali sei ir sozinha.
Agora preciso
ser levada pela mão.
Quando a gente anda tanto,
tanto e sempre faz algo errado,
chega um ponto
em que você tem medo
de ir pelo mesmo caminho.
Pode até estar entendendo
que é por ali,
mas como dizem,
quem já colocou
a mão no fogo
e se queimou
não faz isso outra vez
com medo de outra
queimadura.
Hoje são esses os limites
com os quais me deparo,
diante de um sol,
que aparece muito raro..
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