Gerson deixa Augusto na cama, liga para a recepção, logo pega na janelinha, uma cestinha com champanhe, morangos, chantilly.
- Oi.
- Acordou amor.
- O que é isso?
- Só um mimo.
Augusto não argumenta, cai em cima das guloseimas e serve a Gerson na boca.
- Por que tudo que me oferece é delicia?
- Vai, pare com isso.
- Quero um pouco daquilo ali.
- O quê, chantilly?
- Sim, por quê?
- Sei lá, acho que nunca te vi.........
Augusto pega o produto quando vê um saquinho de veludo ao fundo da cesta.
- O que é isso Gerson?
- Sei lá, deve ser engano.
- Nossa, liga para a recepção, olha, deve ter sido de um outro casal que esqueceu e.........
- Vai, pegue, abre, é seu.
- O quê?
- Vai.
Augusto pega o saquinho e ao abrir, tira deste uma caixinha, ao abrir, uma aliança de prata.
- Céus que linda.
- Para celebrar nosso amor.
- Quantas vezes tenho que lhe dizer que não gosto que gaste tanto comigo.
- Vai coloque, não, deixe que eu faço isso.
Gerson sai da cama e coloca de forma carinhosa a aliança em Augusto que vibra com o gesto e não segura as lágrimas, Gerson pega o saquinho que Augusto segura e lhe diz.
- Ainda tem mais coisas.
- O quê, pare com isso Gerson.
- Vai.
Augusto coloca os dedos e traz uma chave.
- Que chave é essa?
- Do seu carro, novo.
- O quê, Gerson, isso não, por favor.
- Já esta pago, não posso devolver.
- Tudo bem, fique com ele.
- Eu ja tenho os meus.
- Sei, seus, tem hora que eu me esqueço que vens de família rica.
- Só um minimo detalhe.
- Não posso.
- Não aceito um não.
- Por que quer fazer tantas coisas boas para mim?
- Ainda não percebeu, te amo.
Ele acaba por aceitar, e ficam ali as caricias.
Ivan sonha quando era criança, com seus pais no navio a caminho da Espanha, do acidente e de ter sido salvo á beira da morte, porém seus pais não tiveram a mesma sorte.
Ele acorda em suor pelo corpo, vai a cozinha bebe 2 copos de água do filtro de barro, ouve um barulho.
- Ivan?
- Tia.
- O que foi garoto?
- Nada, só tive um sonho ruim.
- Ruim?
- Mais ou menos, sonhei com acidente dos meus pais.
- Você se lembra disso, garoto, você só tinha 5 anos, 5 anos.
- Eu sei tia, mais o sonho é tão real.
- Por isso que devemos cultivar as lembranças boas, vem sente-se aqui nesta cadeira.
Ivan senta, Matilde lhe faz massagem nos ombros.
- Sabe querido, minha sorte é ter você aqui comigo.
- Nossa tia, a senhora poderia ter casado.
- Não, não podia, ganhei este bar muito nova, começei a tomar frente, logo fiquei só eu e Deus, você apareceu, minha irmã, eu já não a via quase 8 anos, até aquele dia que ela veio contigo e seu pai.
- Como era meu pai?
- Um homem forte, alto, branco, trabalhador do mar, sempre gostou disso, estava de mudança para a Espanha, ia trabalhar num navio de caça baleias.
- Isso é permitido?
- Sei lá, acho que sim, naqueles tempos quase tudo era livre.
- E minha mãe?
- Bem Ivan, tua mãe sempre foi meio livre, gostava de fazer o que queria, porém sempre limpa, organizada, era a predileta de nossos pais.
- Era bonita?
- Lindissima, já te disse, ainda vou achar o velho álbum de família.
- Todos estes anos, procuramos por ele e nada.
- Mais vamos encontrar, acredite nisso.
- Sim.
Matilde dá um beijo na cabeça do sobrinho seguindo para seu quarto.
Ivan termina o copo de água e segue para o seu também.
17032020........
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