As lembranças dum tempo feliz, belo;
São os restos, mortalhas que carrego.
Quando a noite, feroz, vem logo nego,
Tentando reformar o meu castelo...
Minhas dores, sangradas num cutelo,
São os mares, distantes, que navego...
Os meus sonhos, mentiras que eu emprego,
Catástrofes, reviro com o rastelo...
Alamedas perdidas no passado,
São vielas, favelas, sina, fado...
Minha alma sifilítica definha...
Arrasto meus tormentos pela rua.
Minha esperança morta, vive nua...
A decadência mórbida s’ aninha...
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