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Chico Science & Nação Zumbi
Da Lama ao Caos: 15 anos depois.
Reginaldo Correia da Silva






Marco do movimento manguebeat completa 15 anos de lançamento e continua lembrado como uma das grandes criações musicais da musica pernambucana e brasileira.
Em abril de 1994 era lançado no Recife pelo selo Chaos da poderosa Sony music, o álbum Da Lama ao Caos. O trabalho marcava a estréia oficial de um dos maiores nomes do manguebeat, Chico Science & Nação Zumbi e abriu portas para que outros artistas ligados (ou não) ao movimento conquistassem seu espaço na musica nacional (Mundo Livre S.A; Mestre Ambrósio; Jorge Cabeleira entre outros).
Na verdade o lançamento do disco foi apenas à consolidação de um trabalho que vinha sendo produzido há muitos anos, não só por Chico e pela Nação Zumbi, mas também por outros artistas que extrapolavam o meio musical. Muitos desses eram artistas populares entre eles escritores, escultores, músicos que, passaram ater um espaço nunca antes conquistado.
Vale lembrar que o manguebeat nasceu como um movimento que, tinha o principal objetivo de “desobstruir” as “veias” artísticas e culturais do Recife que, segundo um instituto de estudos populacionais de Washington, era a quarta pior cidade do mundo para se viver naquela época. Esse intuito começou a ser atingido quando Da Lama ao Caos chegou às lojas. Primeiro porque com ele a musica e a cultura pernambucana voltou a sair dos limites do estado e mesmo para fora dos limites do país. Isso devido aos ecos provocados pelos mangueboys, para se ter uma idéia, o editor de musica do jornal “The New York Times” John Pareles, apontou o Da Lama ao Caos Omo um dos dez melhores discos lançados no ano de 1994.
A partir daí Chico Science passou a ser um dos mais comentados e respeitados artistas nacionais. Jornais do sul e sudeste passaram a tecer elogios ao álbum e nomes como Gilberto Gil, Ariano Suassuna, Caetano Veloso e o produtor Arto Lindsay não poupavam aplausos ao musico pernambucano. A fase era tão boa que, não faltavam espaços vazios na agenda do grupo. As turnês pelo país eram constantes e já haviam tocado até no exterior, mais precisamente na Europa e Estados Unidos. Tudo isso, porém, foi causado por essa obra prima que é o “Da lama Ao Caos”.
O disco foi produzido por Liminha, ex-baixista dos Mutantes (lendário grupo paulista da década de 60) e foi gravado no Rio de Janeiro entre o final de 1993 e o inicio do ano seguinte.
Na época houve muitos críticos que consideravam que não havia nada de novidade no cenário musical brasileiro desde a consolidação do Rock dos anos 80. Na contramão dessa realidade, o manguebeat trouxe novos ares e uma mistura até então pouco conhecida:   Rock, Pop, Funk e Psicodelia misturados com ritmos regionais pernambucanos como Maracatu, Ciranda, Coco. O próprio produtor do disco confessou que houve dificuldades em trabalhar com um grupo que usava tambores no lugar da tradicional bateria. A presença da percussão era tão grande que a primeira formação da banda (de 1994 a 1995) tinha nada menos do que cinco percussionistas.
A verdade é que “Da lama ao Caos” foi uma unanimidade de critica. Embora não tenha agradado a dieta rala das Fms, acostumadas a musica de fácil digestão e cheias de refrões pegajosos e de pouca alquimia musical. Mas, Chico Science e a nação Zumbi não estavam nem aí para o que a grande mídia achava sobre eles. Ao contrário, eles deram asas à imaginação e criaram um disco cheio de ginga e criatividade. Apesar de alguns desavisados insistirem em chamar o som da banda de estranho.
O disco mostrou, porém, que de estranho não tinha nada. Já na faixa de abertura os rapazes mostraram pra que vieram, “Banditismo Por Uma Questão de Classe” é bem ao estilo mangue com uma verdadeira usina percurssiva. Os outros destaques são; “A Praieira” um dos maiores sucessos do disco, chegando até a fazer parte da trilha sonora da novela Tropicaliente da Rede Globo; “A Cidade” outro hit inesquecível e claro a faixa titulo que, além de possuir uma grande energia rítmica contem uma citação memorável ao sociólogo pernambucano Josué de Castro: ‘Ó Josué eu nunca vi tamanha desgraça, quanto mais miséria tem, mas urubu ameaça “o álbum tem ainda outras faixas importantes para se entender a sonoridade do grupo como:” Risoflora “, “Antene-se” e “Rios, Pontes e Overdrives”. Musicas que, muitas vezes perecem partir do puro experimentalismo sem, no entanto patinar apenas no som “cabeça“.
Dessa forma, ficava claro que “Da Lama Ao Caos” apontava para uma saída na musica na musica brasileira, e mais ainda, que essa saída passava necessariamente pela abertura de um maior espaço para artistas de outros centros que não só os do eixo sul-sudeste. Esse espaço com certeza foi ampliado, não só por esse álbum de estréia dos pernambucanos, mas, por toda a obra posterior de Chico e da Nação Zumbi, além, é claro, da obra de outros artistas locais e regionais.
Hoje, 15 anos depois do lançamento deste clássico, o movimento manguebeat já não tem a mesma força de antes embora continue sendo fonte de referencias para uma nova geração de músicos e fãs. Já a Nação zumbi está consolidada no cenário musical do país. A banda precisou superar a perda de seu grande líder e poeta; Chico Science que, morreu em 1997, três anos depois do lançamento de “Da Lama Ao Caos” mesmo assim eles souberam continuar a obra de Chico e espandir a influência do artista recifense durante todos esses anos. Dessa forma, é uma unanimidade afirmar que “Da Lama Ao Caos” serviu para recolocar o Recife no mapa da musica e da cultura nacional. Uma cidade tão importante para o movimento manguebeat quanto Liverpool é para a beatlemania.






Biografia:
Sou pernambucano,nascido em Recife no dia 10 de outubro de 1981.Escrevo desde de 1999,mas só publiquei alugns poemas na internet.Participei do 13º premio nacional de redação da fundação assis chateaubriand 2005,catgoria ensino médio classificando-me como semifinalista.
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