Se tem um lugar que parece ser estressante, este lugar é o 156 da Cijun no Paço Municipal de Jundiaí, SP. Os telefones tocam, chegam pessoas, fax e emails a todo instante. Muitos pedidos, reclamações, alguns agradecimentos. Como psicólogas dos jundiaienses, as moças atendem, informam, resolvem quase tudo – com fones nos ouvidos e mãos nos computadores. Mas além das máquinas, há corações ali. Dia desses, no sufoco, aparece um email inusitado, vindo de uma guria do Sul, a Juliana, a procura de seu tio desaparecido havia mais de 25 anos.
A Márcia Rocha viu o email e passou pra Arlete – aquela que é a cara e a marca do 156. As moças começaram a pesquisar em tudo. No banco de dados da Saúde, Arlete achou o que procurava: o gaúcho Eronde, 48 anos, filho de Deolinda e Antônio, pedreiro e lavrador, tinha sido atendido numa UBS. Arlete fala com o namorado Orlando, com seu chefe do 156, o Paulo e, no fim de semana, vai parar no bairro Bom Jardim. O casal passa a procurar no sítio, na estrada, o tal gaúcho. O desafio estava pra ser resolvido: num ponto de ônibus, depois de horas, Arlete encontra uma mulher e dois jovens. Ali estavam, diante dela, a esposa e filhos do desaparecido.
Arlete passa um email pra sobrinha de Eronde, a Juliana de Bento Gonçalves, Rio Grande. Emoções aqui e lá. Arlete passa a contar com os amigos do 156, faz "vaquinha" e resolve levar o gaúcho a visitar a família “morta de saudade”. Neste Natal, o maior presente que a família gaúcha poderia ter (pro pessoal do 156 também). Eronde vai viajar na segunda, dia 22, para passar o Santo Natal com os seus. Após 25 anos, a mãe Deolinda, de 94 anos, poderá abraçar o filho desaparecido “que nunca deixou de pensar que estava vivo”.
O pessoal do Sul espera o filho com fogos de artifício. E esta história termina com uma frase que as moças sempre dizem: “é que o 156 resolve quase tudo”. Então, Feliz Natal pra todos!
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